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Apenas em 2021 pessoas começarão a receber vacina para Covid-19, diz OMS

Apenas em 2021 pessoas começarão a receber vacina para Covid-19, diz OMS

O diretor executivo da Organização,  Michael Ryan, insistiu na necessidade  das medidas de distanciamento comprovadas para conter a disseminação do problema

Publicado em 22 de julho de 2020 às 14:10

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Diretor-executivo da OMS, Michael Ryan
Diretor-executivo da OMS, Michael Ryan. (Divulgação OMS)

Diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan mostrou nesta quarta-feira (22) otimismo com o sucesso obtido pelas candidatas a vacinas para covid-19 até agora nos testes, porém também pediu realismo na expectativa sobre prazos para uma vacina bem-sucedida e sobre sua taxa de eficácia. Nesse quadro, ele insistiu na necessidade de que se mantenham e reforcem as medidas comprovadas para conter a disseminação do problema.

"Sendo realista, estamos acelerando o máximo possível, mas temos de garantir segurança, tomar toda precaução para ter resultado seguro", comentou Ryan sobre as vacinas em desenvolvimento. "Mas, sendo realista, será na primeira parte do próximo ano até que comecemos a ver pessoas sendo vacinadas", previu ele, durante sessão de perguntas e respostas, ao lado da líder da resposta da OMS à pandemia, Maria Van Kerkhove.

Ryan disse que há notícias positivas na busca pelas vacinas, como o fato de que as candidatas que até agora chegaram à fase 1 dos testes foram aprovadas, mostrando que são seguras. Ele também elogiou o fato de que pessoas têm se candidatado para os testes. "Estamos trabalhando com muitos parceiros para expandir os testes pelo mundo", informou.

O diretor executivo da OMS lembrou que é preciso ter uma vacina segura e eficaz, mas também garantir escala na produção e distribuição. "Precisamos garantir justiça" na distribuição delas, ressaltou.

Além de pedir realismo sobre prazos, Ryan lembrou que as vacinas em geral não são 100% eficazes. "Teremos de ver o quão eficazes as vacinas serão e por quanto tempo durará a proteção", afirmou. "A ideia de que teremos uma vacina em dois ou três meses e de repente esse vírus irá embora, eu adoraria dizer isso para vocês, mas não é realista."

Ryan também disse que a OMS tem visto alguns "resultados positivos em certos medicamentos" contra a doença. De qualquer modo, enfatizou a importância de que as pessoas mantenham as medidas para conter sua disseminação, o que facilitará o trabalho de imunização por vacinas à frente. "Há muito que podemos fazer agora", insistiu. "Precisamos trabalhar o mais duro possível para nos livrarmos do vírus", disse também.

AÇÕES PARA CONTER A PANDEMIA 

Maria Van Kerkhove afirmou nesta quarta-feira que a entidade espera a criação de uma vacina eficiente contra a doença. Enquanto isso, porém, ela insistiu que as pessoas devem se concentrar em ações que funcionam para conter o problema, como o uso de máscaras, o distanciamento físico, testes em casos suspeitos, isolamento dos suspeitos e dos doentes e o rastreamento de seus contatos.

Durante da OMS, a dupla Ryan e Maria insistiu no fato de que "todos têm um papel" na luta contra o problema, seja em suas ações cotidianas, seja no caso das autoridades e das políticas públicas e com outras nações.

Questionada sobre máscaras, Kerkhove disse que a OMS recomenda o uso delas sobretudo para pessoas em comunidades nas quais o vírus circula, especialmente para aquelas que auxiliam doentes da covid-19. Além disso, a máscara é instrumento importante em locais nos quais não é possível fazer o distanciamento físico adequado. De qualquer modo, ela recomendou que se evitem locais fechados e lotados, nesse momento da pandemia.

Ryan, por sua vez, comentou que ele mesmo tem buscado estabelecer hábitos. Ao tomar ônibus em Genebra, ele relatou que sempre primeiro higieniza as mãos ao se sentar, para apenas depois disso mexer, por exemplo, no celular. Ele disse que também é prudente, neste momento, evitar um ônibus se ele estiver lotado, por exemplo.

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