Publicado em 3 de abril de 2025 às 18:38
O impacto das novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na economia mundial vai ser enorme.>
Em sua essência, trata-se de uma tarifa básica universal de 10% sobre todas as importações para os EUA, que entra em vigor na noite desta sexta-feira (4/4). >
Além disso, dezenas de parceiros comerciais — descritos pela Casa Branca como os "piores infratores", incluindo a União Europeia e a China — vão enfrentar "tarifas recíprocas" mais altas, por terem superávits comerciais. >
O impacto do "tarifaço" pode ser medido pelas linhas de um gráfico da receita tarifária dos EUA que vão saltar para níveis nunca vistos em um século — indo além daqueles observados durante o alto protecionismo da década de 1930.>
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Ou nas quedas nos mercados de ações, especialmente na Ásia.>
Mas a verdadeira métrica deste tarifaço vão ser as mudanças significativas nas antigas vias de comércio global.>
As tarifas sobre as nações asiáticas são realmente impressionantes. Elas vão desmantelar os modelos de negócios de milhares de empresas, fábricas e, possivelmente, de países inteiros.>
Algumas das cadeias de suprimentos criadas pelas maiores empresas do mundo vão ser interrompidas instantaneamente. >
O impacto inevitável certamente vai ser conduzi-las para a China.>
O governo dos EUA parece estar contando com a receita tarifária para lidar com os cortes de impostos planejados. >
Como disse um funcionário da Casa Branca, sem rodeios: "Isso não é uma negociação, é uma emergência nacional".>
A fórmula americana para as chamadas "tarifas recíprocas" basicamente cobra um país por ter um superávit comercial de mercadorias com os EUA, exportando mais para os EUA do que importa. >
E, mesmo que não haja superávit, é aplicada a taxa básica universal de 10%.>
Tudo isso revela duas coisas. Primeiro, o objetivo da política é reduzir o déficit comercial dos EUA a zero. Este é um redirecionamento notável dos fluxos de comércio mundial, e explica o foco punitivo específico na Ásia.>
Em segundo lugar, é evidente que as negociações bilaterais não fizeram muita diferença ou, talvez, nenhuma diferença.>
Os déficits e superávits são uma parte normal de um sistema comercial funcional em que os países se especializam naquilo em que são melhores em fazer. >
Os EUA acabaram de forma impressionante com essa lógica.>
Mas a mudança no fluxo de produção vai levar anos. >
Tarifas destas proporções sobre o leste asiático, especialmente de 30% ou 40%, vão aumentar os preços de roupas, brinquedos e eletrônicos muito mais rápido.>
A questão agora é como o resto do mundo vai reagir.>
Há oportunidades em potencial para consumidores na Europa, por exemplo: enquanto a maior economia do mundo se volta para dentro, o restante das grandes economias pode optar por integrar o comércio, como de roupas e eletrônicos, em um escopo mais próximo.>
Como a queda nas vendas da Tesla pode ilustrar, apenas parte desta história é sobre a reação dos governos. Atualmente, os consumidores também podem retaliar. Pode haver um novo tipo de guerra comercial nas redes sociais.>
A Europa poderia decidir não continuar comprando as marcas americanas, muitas delas adoradas no mundo todo.>
O monopólio no segmento de redes sociais pelas grandes empresas de tecnologia dos EUA pode ser abalado.>
E as autoridades americanas talvez precisem aumentar as taxas de juros para combater o inevitável aumento da inflação.>
Uma confusa guerra comercial parece inevitável.>
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