Publicado em 11 de outubro de 2019 às 15:39
Imagine encarar um paredão d'água do tamanho de um prédio de aproximadamente quatro andares? Foi justamente isso que o carioca Ian Vaz, de 24 anos, fez no dia 21 de julho, na Laje da Avalanche, em Vila Velha. A incrível onda de 11,2 metros de altura surfada rendeu a ele o Prêmio de Ondas Gigantes do Brasil e ainda o credenciou para a disputa do Gigantes de Nazaré, em Portugal. >
Extasiado com o feito, o surfista explicou a sensação de desafiar uma onda desse porte. "É algo indescritível para falar a verdade. Foi uma onda muito fora do comum e acredito que das maiores que já tive a chance de surfar. Dá um certo medo, mas ele até nos ajuda a focar no objetivo", disse o surfista.>
Surfar nessas condições exige muita preparação, proteção e suporte. Para poder entrar na onda, Ian explicou ter sido rebocado antes de dropar no mar de Vila Velha. >
"Uma onda dessas só é possível pegar sendo puxado por um jet (moto aquática). Além disso, é preciso utilizar colete salva-vidas, pois o impacto de uma eventual queda é muito grande e podemos ficar muito tempo submerso. O pessoal que estava comigo (Caio - irmão, e Lucas Medeiros - surfista capixaba) estava atento a tudo também. É completamente diferente do surfe tradicional. A velocidade, a prancha, a execução das manobras, tudo muda", explicou.>
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Ian tem outro motivo para comemorar: o irmão dele, Caio, ficou em segundo, com uma onda também impressionante de 9,8 metros de altura e surfada no mesmo dia.>
"Nós que encaramos essas grandes ondas sempre monitoramos as condições climáticas para saber os melhores locais. Sobre esse pico, o Lucas Medeiros (surfista capixaba de ondas gigantes) nos avisou que teria uma ondulação bacana neste fim de semana. No sábado mesmo eu fiz um treino e fiquei impressionado com o que vi. No domingo, dia que surfei essa onda incrível, estava ainda maior. Foi algo meio surreal", detalhou.>
O Espírito Santo não aparece apenas como cenário, o capixaba Rodrigo Cardoso também subiu na prancha, ou melhor, ao pódio. Ele ficou na terceira colocação da premiação, ao descer por um paredão de 8,4m.>
"É uma adrenalina sem igual, causa um calafrio no corpo. Foi um dia histórico, estava com um swell incrível e batendo uma onda grande atrás da outra. Sé quem encara uma aventura dessa é capaz de descrever esse momento", detalhou o surfista, que é de Jacaraípe, na Serra. >
Com o primeiro lugar, Ian embolsou uma premiação de R$ 7 mil, além de uma vaga na edição do Gigantes de Nazaré. Segundo o carioca, a janela para competir no mar português vai de novembro até janeiro e ele já está em preparação.>
"Estou focado nesse objetivo. Quero ir bem lá, mas agora o desafio é ainda maior. Nunca surfei em Nazaré, diferentemente de quando peguei essa onda em Vila Velha, pois já tinha uma noção do que iria encontrar.>
As ondas gigantescas da Laje da Avalanche foram medidas pelo oceanógrafo Douglas Nemes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e contou com o apoio do premiado surfista de ondas gigantes Carlos Burle.>
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