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No conforto do lar, Juarez Soares relembra aventura no Everest

No conforto do lar, Juarez Soares relembra aventura no Everest

Já em casa após 60 dias de expedição rumo ao local mais alto do mundo, Juarez Gustavo narra tudo o que passou na temida montanha

Publicado em 29 de maio de 2019 às 23:04

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Juarez levou a bandeira do Espírito Santo e fez questão de eternizar a chegada ao cume do Everest exibindo o orgulho em ser o primeiro capixaba a realizar tal feito. (Arquivo pessoal)

O corpo ainda exibe o preço de se chegar ao lugar mais alto do mundo. Ter alcançando os 8.848 m de altitude do Everest deixou o empresário e escalador capixaba Juarez Gustavo Soares, de 48 anos, com a visão prejudicada - já melhor - e com os dedos do pé direito congelados, mas o fato de já estar no conforto do lar o ajuda na recuperação física e a colocar as coisas no lugar, como narrado pelo próprio.

Já em casa, Juarez conta os detalhes do período que passou na maior montanha do planeta. (Carlos Alberto Silva )

Na madrugada do dia 21 de maio, ele se tornava a primeira pessoa do Espírito Santo e o 24º brasileiro a realizar tal feito, uma sensação única, mas que ainda não foi completamente assimilada. "O Everest é uma jornada de aprendizado e transformação. Ninguém volta a mesma pessoa de lá.  O processo de fazer sentido disso tudo está só começando para mim. Ainda estou tentando assimilar tudo o que passei, as dificuldades, cenários e tudo que passei... a poeira ainda precisa baixar", explica.

Foram 60 dias até o cume. Nesse período, idas e vindas entre os acampamentos na montanha, e um acidente que por pouco quase pôs tudo a perder. O foco e concentração que a montanha tanto exige, porém,  o fez superar as dores e seguir adiante. 

Juarez desafiou geleiras e uma queda que por pouco não o forçou a desistir de tentar chegar ao cume. (Acervo pessoal)

"Manter-se saudável naquelas condições é um desafio muito grande. A todo instante eu ficava preocupado em não adoecer ou machucar. Por isso mesmo quando caí (fraturou uma costela) pensei 'não é possível, estou tão cuidadoso'. Felizmente tive uma recuperação maravilhosa e pude seguir", detalhou.

Os quase 12 quilos que perdeu durante a expedição "Capixabas no Everest" são irrisórios ao se lembrar das sensações por concluir um objetivo tão desafiador.  "Era muito frio. Naquele dia o termômetro marcava -37°C e ainda ventava forte. Enquanto me aproximava do cume, sentia uma vontade maior a cada passo, mesmo ciente que ainda faltavam algumas horas até lá.  Ao chegar, tive aquela sensação boa, porém é algo mais próximo de um sentimento de humildade, gratidão pela oportunidade, aos sherpas e aos amigos que estávamos juntos, e claro, a Deus", conta.

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É difícil descrever tudo o que passei porque ainda não consegui assimilar. Mas ficará marcado. Aliás, já está

Juarez Gustavo, 1º capixaba a chegar ao cume do Everest
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Juarez talvez não tenha assimilado tudo o que passou por ter ficado pouco tempo no cume. O desafio ainda não havia sido concluído... 

"É tudo muito rápido, ficamos cerca de uns 20 minutos no topo, registramos em fotos, e logo se volta ao foco, pois o lado racional fala muito forte, havia uma montanha para descer ainda. É diferente de uma maratona, que quando se completa você pode relaxar. Saímos logo porque havia centenas de pessoas se aproximando e pegá-las no contra-fluxo tornava tudo ainda mais perigoso. O caminho é estreito, aos lados quedas a milhares de metros de altura, disputa por espaço para colocar os pés. Um passo em falso, ainda mais nas minhas condições físicas poderia ser fatal", narra Juarez, que por conta do estado físico debilitado, precisou ser transportado de helicóptero do acampamento 2 até o da base.

Juarez tem no momento objetivos simples: descansar, curtir a família e voltar ao trabalho. O que representará daqui para frente ter alcançado o topo do Everest ainda é uma incógnita, mas ele sabe que voltou uma pessoa diferente. E melhor. 

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