Veja por que evitar o consumo de adoçantes artificiais
A Organização Mundial da Saúde alerta que o uso prolongado de adoçantes aumentaria o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e morte prematura em adultos
Adoçantes artificiais são amplamente utilizados como substitutos do açúcar em diversos alimentos e bebidas. No entanto, é importante estar ciente dos potenciais riscos à saúde associados ao seu consumo. A Organização Mundial da Saúde alerta que o uso prolongado de adoçantes aumentaria o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e morte prematura em adultos. >
A sucralose é um adoçante artificial 600 vezes mais doce que o açúcar comum, amplamente usado como substituto do açúcar em doces, sobremesas, bebidas e alimentos industrializados. Embora a Food and Drug Administration (FDA) garanta sua segurança, estudos recentes têm demonstrado efeitos adversos alarmantes à saúde humana relacionados ao seu consumo, como danos ao DNA, síndrome do intestino permeável, estresse oxidativo e inflamação. >
Quando se trata de trocar açúcar por sucralose, é importante considerar os malefícios de ambas as opções. O açúcar em excesso pode levar ao ganho de peso, problemas metabólicos, diabetes e cáries. Por outro lado, a sucralose, como adoçante artificial, tem sido associada a efeitos negativos na flora intestinal e pode aumentar o apetite. >
Malefícios do açúcar
Ganho de peso: o consumo excessivo de açúcar pode levar ao ganho de peso e obesidade, aumentando o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Fonte de caloriasvazias: o açúcar refinado é fonte de calorias vazias, com poucos ou nenhum nutriente. Seu consumo excessivo pode levar à deficiência de vitaminas e minerais essenciais.
Alterações na predisposição: o açúcar pode causar flutuações nos níveis de açúcar no sangue, resultando em picos e quedas de energia.
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Malefícios da sucralose
Danos no DNA: estudos sugerem que o consumo de sucralose pode causar danos ao DNA. A substância sucralose-6-acetato, derivada da sucralose, tem sido associada à quebra do DNA, o que pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças e condições relacionadas.
Desequilíbrio da flora intestinal: o consumo excessivo de sucralose tem sido associado a alterações na composição da microbiota intestinal, podendo prejudicar a saúde digestiva e afetar negativamente o sistema imunológico.
Intestino permeável: a sucralose também tem sido relacionada ao desenvolvimento do chamado “intestino permeável”. Isso ocorre quando a parede intestinal se torna mais permeável do que o normal, permitindo a passagem de toxinas, bactérias e partículas indesejadas para a corrente sanguínea. Esse processo pode levar a uma série de problemas de saúde, como inflamação, sensibilidade alimentar e disfunção imunológica.
Aumento do apetite: estudos sugerem que a sucralose pode estimular o apetite e levar ao consumo excessivo de alimentos, potencialmente contribuindo para o ganho de peso e dificultando a manutenção de uma dieta saudável.
Impacto na resposta à glicose: embora a sucralose seja considerada um adoçante sem calorias, pesquisas indicam que pode afetar a resposta à glicose e a regulação do açúcar no sangue, o que pode ser problemático para pessoas com diabetes ou pré-diabetes.
Possíveis efeitos tóxicos: alguns estudos sugerem que a sucralose pode ter efeitos tóxicos em altas doses, embora a maioria das pesquisas atualmente disponíveis esteja relacionada a testes em animais. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente os efeitos a longo prazo no organismo humano.
Contribuição para a dependência de sabores doces: o consumo frequente de sucralose pode perpetuar o desejo por alimentos e bebidas açucarados, dificultando a transição para uma dieta equilibrada e menos dependente de sabores doces.
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“A chave está em encontrar um equilíbrio e adotar uma abordagem consciente em relação ao consumo de açúcar e adoçantes. Ao reduzir a quantidade de açúcar e fazer escolhas conscientes de adoçantes, é possível desfrutar de uma alimentação mais saudável sem comprometer totalmente o prazer de saborear alimentos doces”, indica a nutróloga Letícia Lucas. >
Ao preparar bebidas em casa, utilize açúcar mascavo ou mel no lugar da sucralose Crédito: Pheelings media | Shutterstock
Como identificar e substituir produtos com sucralose?
Letícia Lucas indica que, ao fazer compras, verifique a lista de ingredientes e evite produtos que contenham “sucralose” ou “Splenda”, outra marca do adoçante. Além disso, prefira alimentos frescos e minimamente processados e evite produtos light, zero ou diet. >
Quando cozinhar ou preparar bebidas em casa, utilize açúcar mascavo ou mel no lugar da sucralose, que podem ser usados na mesma proporção do açúcar, enquanto o açúcar mascavo tem sabor mais intenso, sendo recomendada uma quantidade 25-50% menor. >
Artificiais que apresentam riscos à saúde
Embora alguns adoçantes sejam mais conhecidos e consumidos, como a sacarose e o aspartame, no Brasil existem diversos tipos de adoçantes disponíveis no mercado. Entre os mais conhecidos, estão os adoçantes feitos com acessulfame K, aspartame, sacarina, neotame, sucralose, alitame, ciclamato, estévia, sacarose, e os novos adoçantes chamados polióis (que substituem o açúcar) como o eritritol, o sorbitol e o xilitol, mais presentes em alimentos industrializados. >
A nutróloga Letícia Lucas informa também, outros adoçantes artificiais que apresentam riscos à saúde: >
Aspartame: estudos associam seu consumo a dores de cabeça, alterações de humor, problemas digestivos e risco aumentado de diabete tipo 2 e obesidade. Pode conter fenilalanina, prejudicial para portadores de fenilcetonúria.
Acessulfame K: apesar de ser considerado seguro pela FDA em doses normais, estudos relacionam seu uso a alterações hormonais, problemas reprodutivos e risco de câncer. Não é metabolizado pelo corpo e é excretado inalterado na urina.
Sacarina: associada a câncer de bexiga em testes laboratoriais, embora seja improvável que cause o mesmo efeito em humanos. Estudos demonstram potencial carcinogênico e genotóxico. Não possui valor nutricional e é excretada inalterada.
Neotame: similar à aspartame, com potencial de causar efeitos colaterais semelhantes. Aproximadamente 7.000 a 13.000 vezes mais doce que o açúcar, o que permite uso em concentrações muito baixas. Apesar de ser considerado seguro pela FDA, pouco se sabe sobre seus efeitos a longo prazo.
Advantame: aprovado pela FDA em 2014, é cerca de 20.000 vezes mais doce que o açúcar e está presente em concentrações muito baixas em alimentos e bebidas . Apesar de estudos laboratoriais e simulações computacionais indicarem baixa toxicidade, os dados sobre sua segurança em humanos são muito limitados. Pode ser metabolizado em pequenas quantidades, mas a maior parte é excretada inalterada.
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“No geral, é importante limitar o consumo de adoçantes artificiais, optando sempre que possível por alternativas mais naturais como mel, açúcar mascavo e frutas. Alimentos frescos, minimamente processados e com ingredientes de qualidade são as melhores opções para uma alimentação saudável”, aconselha Letícia Lucas. >
Trocas benéficas para o corpo
Aqui estão alguns alimentos e bebidas que contém a presença de adoçantes artificiais e indicações de como substituir: >
Refrigerantes diet e zero açúcar: contêm frequentemente aspartame, acessulfame K ou sucralose. Prefira água, chás ou sucos naturais.
Bebidas energéticas diet: repletas de adoçantes artificiais como sucralose, aspartame e acessulfame K, além de cafeína em excesso. Para impulsionar energia de forma natural, opte por bebidas como água de coco natural, chás naturais e infusão de ervas, suco de frutas, smoothies, água com limão.
Iogurtes diet e light: normalmente são adoçados com aspartame, acessulfame K e sucralose. Opte por iogurtes naturais, sem adição de açúcar ou adoçantes.
Sobremesas congeladas light: contêm tipicamente sucralose, além de gorduras hidrogenadas e outros aditivos. Prefira frutas frescas ou preparar suas próprias sobremesas.
Barras de cereais diet: repletas de adoçantes artificiais como maltitol, sucralose, estévia e aspartame. Escolha barras com ingredientes integrais e frutas secas, com pouco ou nenhum adoçante.
Chicletes e balas diet: feitos com acessulfame K, aspartame, sucralose ou sacarina para substituir o açúcar. Evite-os e prefira frutas frescas, secas ou chocolates com alto teor de cacau e pouco açúcar.
Alimentos light e diet em geral: como regra, desconfie de rótulos que anunciam versões “light”, “diet” ou “zero” de alimentos normais, pois quase sempre indicam adição de adoçantes e outros aditivos artificiais. Prefira alimentos frescos e com ingredientes integrais sempre que possível.
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“A única forma de evitar definitivamente a sucralose é consumir alimentos frescos e não industrializados. Ao optar por produtos processados, leia atentamente os rótulos e prefira aqueles com ingredientes reconhecíveis, indicativos de menor processamento. Sua saúde agradece!”, finaliza Letícia Lucas. >