• Isabela Castello

    Isabela Castello, administradora e designer, é apaixonada pelo universo criativo e pela natureza. Assina duas colunas. A VÃO LIVRE aborda conteúdos sobre arte, design, arquitetura e urbanismo. E a coluna TERRA trata de temas relacionados à sustentabilidade ambiental e ao consumo consciente. Seu propósito, com as colunas, é disseminar o bem e o belo.

Dia da Amazônia: o que podemos fazer para manter a floresta viva?

Publicado em 11/09/2022 às 07h00
Vista aérea da Floresta Amazônica

Vista aérea da Floresta Amazônica. Crédito: Shutterstock

No dia 5 de setembro, é celebrado o Dia da Amazônia. A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 11.621, de 2007, com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.

Nesta data, no ano de 1850, o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas). E essa conscientização é fundamental. Ainda mais quando temos vivido um período de grandes retrocessos na preservação deste bioma tão importante para os povos indígenas, para os brasileiros e para a humanidade.

VOCÊ SABIA QUE...

  • A Amazônia é um bioma único no mundo e que tem 60% de sua extensão no Brasil;
  • A floresta Amazônica representa um terço das florestas tropicais do mundo;
  • Embora cobrindo apenas 7% da superfície terrestre, a floresta Amazônica contém mais da metade da biodiversidade do mundo, representando um tesouro inestimável para a humanidade e um grande potencial para o desenvolvimento da biotecnologia;
  • A região Amazônica concentra 20% da água doce do planeta;
  • A área da Floresta Amazônica, ao contrário de ser improdutiva, produz imensas quantidades de água para o restante do país. Os chamados "rios voadores", formados por massas de ar carregadas de vapor de água gerados pela evapotranspiração na Amazônia, levam umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil;
  • No Brasil, existem cerca de 817.963 índios divididos em 256 sociedades indígenas e 274 línguas. Apenas 13.8% das terras do país estão delimitadas aos índios. A Amazônia Legal abriga a maior parte dessas terras. São 424 áreas e 115.344.445 hectares destinadas aos povos que dependem da floresta para perpetuarem seu modo de vida e sua cultura;
  • As florestas da Amazônia funcionam como grandes armazéns de carbono, o qual se encontra estocado nos tecidos vegetais. Quando a floresta é derrubada e queimada, este carbono é liberado para a atmosfera, o que contribui para o aumento da temperatura da Terra devido ao efeito estufa (0,7ºC no último século);
  • O desmatamento na região representa hoje a liberação de 200 milhões de toneladas de carbono por ano (2,2% do fluxo total global);
  • A manutenção de florestas nas margens de rios evita erosões, assoreamentos e garante alimento para vários organismos aquáticos.

A MÁ NOTÍCIA: O BIOMA ESTÁ AMEAÇADO

Este bioma tem sofrido com desmatamento, queimadas, grilagem, com o desmonte e o enfraquecimento das instituições e órgãos de proteção e de enormes retrocessos de políticas ambientais. O resultado disso tudo?

A região está sendo destruída em tempo e velocidade recordes. Às vésperas do Dia da Amazônia, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou novos dados de registros de fogo no bioma: os números de focos explodiram nos últimos quatro anos e a Amazônia registra o pior mês de agosto dos últimos 12 anos.

Foram 33.116 focos de queimadas em agosto de 2022, maior valor registrado no mês desde 2010, e que supera até o "Dia do Fogo" (28.060 focos) de 2019. Entre o início de janeiro e o fim de agosto deste ano, o bioma já acumula mais de 46 mil focos.

As queimadas são consequência direta do desmatamento que também não para de crescer. De 1º de janeiro a 31 de julho desse ano foram desmatados 5.463,2 km², uma área equivalente a quase quatro vezes a cidade de São Paulo, o que representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2021. Esse também é o maior valor acumulado entre os sete primeiros meses do ano nos últimos seis anos.

Rio Guaporé, no Amazonas

Rio Guaporé, no Amazonas. Crédito: luis deltreehd/Pixabay

Segundo Edegar de Oliveira, diretor de conservação e restauração do WWF-Brasil, “cada hectare desmatado na Amazônia nos coloca mais perto do ‘ponto de não retorno’, em que o bioma entra em processo de degradação sem volta e perde a capacidade de gerar chuva. Por isso que não podemos admitir que números como estes se repitam".

Não podemos permitir que isso aconteça. A situação é muito preocupante. A floresta precisa ser preservada e seus defensores protegidos, e não ameaçados e mortos. A Amazônia pede socorro. E essa tarefa é de cada brasileiro.

O QUE PODEMOS FAZER...

  • Mudar nossas escolhas de consumo e optar por produtos e alimentos que causem menos impacto ambiental;
  • Reduzir ou eliminar o consumo de proteína animal;
  • Comprar móveis e pisos de madeira feitos com madeira certificada;
  • Compartilhar essa coluna e contribuir para aumentar a consciência ambiental do maior número de pessoas;
  • Apoiar ONG´s que atuam em projetos para defender a Amazônia e os povos originários;
  • E o mais importante de todos: nas eleições de outubro, votar em candidatos que tenham projeto e um histórico de compromisso com as questões ambientais. Isso vale principalmente para o voto para Presidente da República, mas também para os cargos de Senador, Deputado Federal, Governador e Deputado Estadual.

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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