• Isabela Castello

    Isabela Castello, administradora e designer, é apaixonada pelo universo criativo e pela natureza. Assina duas colunas. A VÃO LIVRE aborda conteúdos sobre arte, design, arquitetura e urbanismo. E a coluna TERRA trata de temas relacionados à sustentabilidade ambiental e ao consumo consciente. Seu propósito, com as colunas, é disseminar o bem e o belo.

Conheça artistas plásticos negros de destaque no mundo do design

Publicado em 20/11/2022 às 02h00
Arthur Bispo do Rosário

Arthur Bispo do Rosário: bordou a escrita de seus estandartes e fragmentos de tecido. Crédito: Divulgação

Hoje, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011, a data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares e que foi um importante personagem da resistência à escravidão no Brasil.

O dia 20 de Novembro tornou-se uma data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil, valorizar a cultura negra brasileira e suas contribuições para a constituição de nossa sociedade.

É inegável a contribuição dos negros para a cultura brasileira: na música, na dança, nas artes visuais, no artesanato, no teatro, na gastronomia. Apesar de uma invisibilidade ainda grande, eles vêm finalmente, ganhando mais espaço na nossa sociedade. E para celebrar a data, a Coluna Vão Livre, apresenta hoje, diversos trabalhos artísticos de negros.

Antônio Francisco Lisboa – o Aleijadinho

Aleijadinho

Aleijadinho é um artista forjado na religiosidade. Crédito: Divulgação

Primeiro grande artista do Brasil, reconhecido por sua arte pioneira no uso da pedra sabão como matéria-prima, Aleijadinho paga o preço de ter nascido do ventre de uma escravizada africana e, ao mesmo tempo, serve como símbolo da democracia racial, do sincretismo cultural e étnico brasileiro.

Importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial, Aleijadinho é um artista forjado na religiosidade – produziu uma série de encomendas de arte sacra, sem renunciar à sensualidade e à criatividade.

Benedito José Tobias

Benedito José Tobias

Benedito José Tobias: teve maior destaque na execução de retratos em óleo sobre madeira ou guache sobre papel. Crédito: Divulgação

Pintor, desenhista e aquarelista. Atuou na capital paulista e seu período de maior atividade foi entre 1930 e 1940. Apesar de ter produzido durante um período de grande efervescência artística, sua obra permaneceu desconhecida por muito tempo. Pintou paisagens e naturezas-mortas, mas teve maior destaque na execução de retratos em óleo sobre madeira ou guache sobre papel, concentrando sua obra quase exclusivamente na representação de negros.

Maria Auxiliadora

Maria Auxiliadora

Maria Auxiliadora: pintora e autodidata em artes plásticas. Crédito: Divulgação

Pintora e autodidata em artes plásticas. Antes de começar a pintar, a artista, neta de escrava, trabalhou como empregada doméstica. Em suas obras, retratava o cotidiano de pessoas em regiões rurais e urbanas, além de abordar temas como religiões afro-brasileiras, carnaval e tradições culturais.

Segundo críticos, sua obra situa-se na fronteira entre a arte ingênua e a arte brut. Em sua vida atribulada, pintou apenas durante sete anos, entre 1967 e 1974, porém, foram tão marcantes seus trabalhos, que lhe conferiram um lugar de destaque entre os primitivistas nacionais. Mesmo sem uma formação acadêmica, Auxiliadora se tornou conhecida internacionalmente e, após seu falecimento em 1974, recebeu homenagens em museus de países como Itália, França e Alemanha.

Wilson Tibério

Wilson Tibério

Wilson Tibério é um dos principais nomes das artes plásticas do Brasil. Crédito: Divulgação

O brasileiro Wilson Tibério é um dos principais nomes das artes plásticas do Brasil. Artista plástico, pintor, desenhista e escultor, iniciou seus estudos de desenho aos 13 anos, no Rio Grande do Sul. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 16 anos. Estudou na Escola de Belas Artes. Em 1947, recebeu da Embaixada da França uma bolsa de estudos para aperfeiçoar sua técnica de pintura mural. Com obras voltadas à representatividade de afro-brasileiros, o artista, que participava ativamente de movimentos políticos, teve suas obras expostas na França, nos Estados Unidos e em países do continente africano.

Arthur Bispo do Rosário Paes

Arthur Bispo do Rosário

Arthur Bispo do Rosário: bordou a escrita de seus estandartes e fragmentos de tecido. Crédito: Divulgação

Foi um artista plástico brasileiro. Considerado gênio por alguns e louco por outros, a sua figura insere-se no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil. Viveu muitos anos internado na Colônia Juliano Moreira. Decide, por sua conta, trancar-se por sete anos numa das celas para, com agulha e linha, bordar a escrita de seus estandartes e fragmentos de tecido. As linhas azuis, desfiava dos velhos uniformes dos internos, e objetos tais como canecas, pedaços de madeiras, arame, vassoura, papelão, fios de varal, garrafas e materiais diversos que ele obtinha em refugos na Colônia.

São apenas alguns nomes para ilustrar a riqueza e a contribuição dos negros no cenário artístico brasileiro. Mas existem muitos outros artistas que se destacaram.

Abaixo, os perfis de alguns artistas negros do cenário contemporâneo da arte brasileira.

Íldima Lima

Robinho Santana

Jeff Alan

Maxwell Alexandre

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