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Confira 5 mitos e verdades sobre a amamentação

Além da nutrição, o leite materno proporciona diversos benefícios como a diminuição da mortalidade infantil e prevenção de infecções

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 14:40

Mulher amamentando
Amamentação: a prática traz diversos benefícios à saúde da mulher e, principalmente, da criança Crédito: Shutterstock

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a amamentação exclusiva dos bebês até os seis meses, seguindo com alimentação complementar até pelo menos dois anos ou mais. A prática traz diversos benefícios à saúde da mulher e, principalmente, da criança.

“O leite humano é o alimento mais completo para o bebê. Além da nutrição, ele proporciona diversos benefícios como a diminuição da mortalidade infantil e prevenção de infecções, como por exemplo, pelo coronavírus, por meio de anticorpos passados pela mãe”, destaca Yara Leite, enfermeira obstétrica do Hospital Bom Pastor. 

Apesar das taxas de amamentação avançarem nos últimos anos, a porcentagem permanece abaixo da meta estipulada pela OMS de, até 2030, atingir 70% de aleitamento exclusivo nos seis primeiros meses. Segundo levantamento feito em 2019 pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), o aleitamento materno exclusivo no Brasil abrange apenas 45,8% das crianças.

Um dos obstáculos para que o país possa alcançar a meta estipulada é a desinformação. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), há uma grande influência de questões culturais, passadas de geração em geração, e sem embasamento científico para comprovação, que desestimulam e interferem no processo de amamentação.

Entre os exemplos citados pelo órgão estão falas equivocadas como: “leite empedrado faz mal para criança”, “após seis meses leite vira água”, “leite provoca cólica na criança”, entre outras. “A melhor estratégia neste caso é disseminar informações corretas e esclarecer as principais dúvidas que podem surgir durante esse processo”, destaca Yara. Confira 5 mitos e verdades sobre a amamentação. 

LEITE FRACO

Mito. O leite materno tem todas as substâncias necessárias para que o bebê cresça e se desenvolva de forma sadia. Segundo o Ministério da Saúde, o leite no início da mamada é “ralo” por conter menos gordura, mais água, vitaminas e sais minerais. O leite no fim da mamada é mais grosso, por ter mais gordura para a criança.

“A percepção sobre o leite fraco, muitas vezes, é consequência da pega incorreta, ou do uso de chupetas e mamadeiras. Se a criança não mama com a técnica correta, ela pode ingerir menos leite e não esvaziar a mama adequadamente. Dessa forma, a produção de leite cai e, consequentemente, a criança fará intervalos menores entre as mamadas, gerando insegurança na mãe, que acaba associando a frequência da amamentação com a qualidade do leite”, explica a enfermeira.

HORÁRIOS FIXO DE AMAMENTAÇÃO

Mito. A SBP afirma: não é preciso estabelecer horário fixo para as mamadas. Recomenda-se que a criança seja amamentada sem restrições de horários e duração do aleitamento, ou seja, a amamentação deve ser em livre demanda.

O bebê deve mamar sempre que desejar, pois é ele quem determina a frequência e o tempo de duração da mamada. Essa prática possibilita que ele aprenda a reconhecer os sinais de fome e saciedade, o que pode estar relacionado com menores taxas de obesidade na vida adulta, conforme a SBP.

O LEITE MATERNO PODE VARIAR DE COR

Verdade. Muitas vezes isso pode ser motivo de preocupação, mas não é necessário. Segundo a SBP, a cor do leite pode variar entre os períodos da mesma mamada devido à quantidade de anticorpos, proteínas e gordura que são ofertadas para o bebê ao longo do aleitamento. Cores amareladas, azulada, esverdeada e rosada também são normais: elas podem mudar conforme a alimentação da mãe, como o consumo de vegetais da cor laranja, folhas ou alimentos com corante verde, e bebidas ou alimentos que tenham a cor próxima ao rosa.

Para saber se a coloração é justificada pela dieta ou não, é possível diminuir o consumo dos alimentos suspeitos e observar a cor do leite. Caso o leite permaneça esverdeado, vermelho-tijolo ou marrom, é importante procurar um profissional de saúde ou um Banco de Leite Humano.

LEITE ORDENHADO E CONGELADO PERDE NUTRIENTES 

Mito. Quando guardado na geladeira, o prazo de validade do leite materno ordenhado é de até 12 horas. Se armazenado no freezer ou congelador, a validade se estende para 15 dias, mas é importante que, nesse caso, o leite seja congelado logo após sua retirada.

“Para descongelar o leite, preservando seus nutrientes para o bebê, coloque o recipiente em banho-maria, com água potável, aquecendo um pouco sem deixar ferver. Em seguida, o frasco deve ser mantido na água até descongelar por completo”, orienta a profissional.

O ALEITAMENTO CONTRIBUI PARA O RETORNO DO PESO NORMAL DA MÃE

Verdade. De acordo com a SBP, a mãe que amamenta volta ao seu peso normal com mais facilidade. Além disso, o aleitamento gera outros benefícios à saúde da mulher, como a prevenção contra o câncer de mama e ovário, redução do risco de desenvolvimento de diabetes, infarto e hemorragia após o parto. “Outro fato importante a ser destacado, é a melhora da autoestima da mãe ao saber que o bebê está saudável porque recebe o alimento ideal para seu desenvolvimento: o seu leite”, ressalta Yara.

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