Publicado em 5 de setembro de 2024 às 10:36
Fora do elenco fixo da Globo há um ano, Thiago Fragoso, 42, afirma que o mercado audiovisual brasileiro está "parado e esquisito". Ao contrário do que declaram muitos artistas quando encerram o contrato com a emissora, ele não viu ainda uma abertura de novos horizontes em sua carreira artística.>
"Esse ano deu uma esfriada barra pesada, tiraram completamente os investimentos", afirma sobre o setor. "A gente precisa estar na batalha todos os dias".>
Fragoso está no elenco da peça "Dois de Nós", ao lado de Antonio Fagundes, Christiane Torloni e Alexandra Martins, no Tuca, em São Paulo.>
Entre um ensaio e outro, alimenta suas redes sociais para aumentar as chances de ter trabalho, uma novidade sobre a qual ele fala abertamente e em tom crítico.>
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"Quanto menos você aparece, mais o personagem aparece. Isso para mim sempre foi um norte", diz. "Mas vivemos uma época em que tem gente escalando pela internet, de acordo com o número de seguidores".>
O ator não esconde as dificuldades da nova fase. Ele tinha contrato com a Globo desde os 20 anos, fez diversas novelas e sempre foi considerado um artista versátil.>
"Não tinha que me preocupar com plano de saúde, com nada, só em fazer o meu trabalho".>
Ele observa também restrições de escalação em relação ao seu perfil de homem branco, loiro, de olhos claros e heterossexual.>
"Em cada novela ou série, eu tenho a chance de fazer um personagem. Ou sou eu, ou o Jonas Bloch, ou o Herson Capri, ou o namorado da Larissa Manoela, que também é loiro de olhos azuis. Entrou um não pode mais ter homem hétero, branco", analisa. "Estamos vendo esse questionamento pela mudança do status quo. Eu tenho uma chance por novela".>
Por não serem gays, Fragoso acredita que atualmente ele e Mateus Solano não conseguiriam protagonizar o casal de "Amor à Vida" (2014), responsável pelo primeiro beijo entre dois homens em uma novela da Globo.>
Ele interpretava Niko, o Carneirinho, como era chamado pelo namorado Félix (Solano). O público torceu pelo casal e vibrou com o beijo inédito.>
"Foi importante para a história da dramaturgia brasileira e para a comunidade LGBTQIA+", lembra.>
Apesar de não gostar de expor a vida privada, Fragoso admite que as redes sociais podem ser um complemento de renda para a vida de um artista e um espaço para o relacionamento com os fãs.>
"Ali tudo bem eu ser como sou: branco, hétero, casado, com dois filhos. Ali não tem problema. As pessoas que me seguem sabem que sou assim".>
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