
Cachorro e criança. Crédito: In Green/Shutterstock
Pesquisas mostram a importância de animais de estimação, especialmente cães, na relação com pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa interação contribui para melhorar o comportamento e a sociabilidade, além de ajudar na redução da ansiedade.
A adestradora de cães de serviço para alerta e interrupção de crises TEA, Danny Soares, começou a trabalhar com cães há cerca de sete anos, quando fez o adestramento do primeiro cão no Espírito Santo para alerta e interrupção de crises, da raça golden retriever, para uma criança de cinco anos, autista não verbal.
Além disso, ela criou o Projeto Service Dog Capixabas, que há cinco anos leva de forma gratuita amor, acolhimento e desenvolvimento para crianças com TEA e síndrome de down. Eles visitam escolas, hospitais, orfanatos e instituições.
A servidora pública Thais Reis André, mãe de Emanuel Reis de Oliveira Crispim, de 6 anos, nível 1 de suporte de autismo, explica que o filho faz acompanhamento com a adestradora e seus cães de serviço e já mostra bastante controle em relação à ansiedade e à agitação.

Emanuel Reis com Luna, service dog. Crédito: Acervo pessoal
“Ele é muito ligado à música e ama os animais e essa dobradinha tem contribuído muito para o seu desenvolvimento. Que o projeto possa atingir outras famílias que ainda não sabem lidar com o autismo. Nós, mães e pais, sabemos o quanto é difícil a criação e o acompanhamento de nossos filhos nessas condições, mas quando a gente tem uma rede de apoio, um suporte, se torna mais leve”, destaca a servidora pública.
Para fazer esse trabalho, Danny Soares conta com seis cães, duas vira-latas, um border collie, dois pinschers e um pastor belga malinois, ex-K9, que foi doado pela Polícia Civil.
“Para o adestramento, o cão passa por treinamento comportamental, de calma, para não reagir ao 'meltdonw', as crises explosivas. Ensinamos o alerta e a interrupção de crises, onde o animal deita sobre a criança para promover a sua segurança, regulação sensorial e alívio emocional.”, conta a adestradora.

"O trabalho leva de um ano e meio a dois anos para o cão ficar totalmente preparado"
Danny Soares, adestradora
Ela explica, ainda, que os animais mais indicados são os cães de porte grande como labrador, golden retriever, border collie e pastor belga. Vira-latas, desde que tenham esse perfil, também podem ser adestrados para esse fim. Não são recomendadas raças pequenas para suporte TEA por conta das crises e condução da criança.
Os benefícios de um cão de serviço para pessoas com autismo:
Redução da ansiedade e do estresse
Autonomia: o cão é treinado para ajudar em tarefas diárias, incentivando a criança a desenvolver a independência
Melhora na comunicação e socialização: o cão serve como um “elo” para interações sociais, facilitando o contato com outras pessoas e promovendo a inclusão.
Controle de crises: os cães treinados para terapia de pressão (deep pressure therapy) auxiliam em episódios de sobrecarga sensorial e ajudam a prevenir crises mais intensas.
Apoio sensorial: o cão proporciona estímulos táteis e proprioceptivos que auxiliam no equilíbrio sensorial da criança.
Fortalecimento da autoestima: o vínculo com o cão gera um sentimento de competência e afeto, elevando a autoconfiança da criança.
Este vídeo pode te interessar
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.
Se você notou alguma informação incorreta em nosso conteúdo, clique no botão e nos avise, para que possamos corrigi-la o mais rápido o possível