
Clara Maria com Logan e Maria Flor. Crédito: Divulgação
Eu me chamo Logan, sou um spitz alemão de oito anos. Cheguei à casa da minha “mãe”, a assistente social e idealizadora do Projeto Doutores de Patas, Clara Maria de Souza, de 62 anos, durante a pandemia da Covid-19. Ela estava passando por um momento bastante delicado em sua vida pessoal, e acabei me tornando um grande companheiro no processo de cura e restabelecimento da sua saúde mental.
Minha “mãe” conta que logo percebeu que eu tinha algo muito especial, porque, quando ela não estava bem, me colocava ao seu lado, sendo acolhida pela minha companhia. Eu só queria estar perto dessa pessoa que me trouxe para junto dela e só me deu amor desde que passei a fazer parte da sua família. E isso tem um nome: gratidão.
Acho que ela notou que eu era um bom companheiro e, para melhorar ainda mais nosso relacionamento, fui matriculado em uma escola de adestramento. Foi bem legal. Mas, com meu jeitinho, acabei fazendo companhia, naquele local, para a mãe da adestradora, que estava em cuidados paliativos por causa de um câncer. Foi algo que tocou meu coraçãozinho — eu até deixava de brincar para poder estar ao lado dessa “avó” que ganhei.
Quando ela se foi, a adestradora, embora triste, disse para minha tutora que eu fiz a diferença na vida da sua mãe, tornando seus dias difíceis mais leves e alegres. E foi justamente o meu jeito companheiro que fez surgir a ideia de levar esse amor tão puro que carrego no coração para pacientes hospitalizados. Por isso, me tornei um cão terapeuta dos Doutores de Patas.
Nós, os animais, e vocês, os humanos, sabemos como é difícil ficar doente. Imagine, então, estar internado? Tantas pessoas passam por esses momentos, precisando de apoio e, principalmente, acolhimento… E assim decidimos levar nosso “autendimento” para dentro dos hospitais, onde os pacientes ficam mais frágeis e vulneráveis. Quando vamos lá, só queremos alegrá-los e transmitir amor. Muitos, inclusive, têm animais de estimação e sentem saudades dos seus bichinhos. Eu, com minhas quatro patinhas, tento aquecer o coração de cada um oferecendo muitos lambeijos.
Ah! Agora conto com uma “irmã”, da mesma raça, de dois anos, para me fazer companhia no “autendimento” nos hospitais. É a Maria Flor, adestrada também, que chegou não só para alegrar ainda mais a minha vida, como também a dos pacientes internados e, obviamente, da nossa “mãe”. Enquanto eu sou mais brincalhão, ela ama um colinho e um chamego.
Nós dois formamos uma dupla infalível e “trabalhamos” em quatro hospitais da Grande Vitória: Hospital São Lucas, Himaba, MedSênior e Hospital Evangélico. Só posso dizer que, a cada visita, a cada quarto que entramos, o sorriso dos pacientes é contagiante.

Maria Antônia Ribeiro Lins, paciente do São Lucas que recebeu o carinho de Maria Flor e Logan . Crédito: Divulgação
Ficamos sempre muito gratos por receber depoimentos como o de Maria Antônia Ribeiro Lins, de Guarapari, que estava internada aqui em Vitória, no São Lucas, e se apaixonou pela Maria Flor: “É uma experiência inexplicável. É muito carinho, muita paz, alivia o nosso estresse”, disse ela, enquanto acariciava e beijava Maria Flor.
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