• Rachel Martins

    Uma jornalista que ama os animais, assim é Rachel Martins. Não é a toa que ela adotou duas gatinhas, a Frida e a Chloé, que são as verdadeiras donas da casa. Escreve semanalmente sobre os benefícios que uma relação como essa é capaz de proporcionar

Ferrugem, o gatinho da Secretaria de Estado da Educação, está perdido

Publicado em 24/10/2023 às 19h37
Gato Ferrugem

Sempre fui muito bem cuidado pelos servidores, aliás, meu nome surgiu pelo fato de eu ser amarelinho. Crédito: Divulgação

Sou o Ferrugem, um lindo gatinho caramelo, moro na Secretaria de Estado de Educação (Sedu) desde filhotinho. Lembro bem do dia em que cheguei ao órgão, com os meus irmãozinhos. Todos foram adotados, menos eu, que resolvi me estabelecer ali no órgão.

E assim o tempo foi passando. Sempre fui muito bem cuidado pelos servidores, aliás, meu nome surgiu pelo fato de eu ser amarelinho. Sempre fui muito dócil, e modéstia parte, extremamente simpático, cativante mesmo, por isso, logo fui conquistando o coração, tanto de quem trabalha lá, como também dos visitantes. É só me fazer um carinho que já começo a ronronar.

Nesses anos, foram dezenas de servidores tentando me levar para as suas casas, pensando sempre na minha proteção, pois tinham medo de que eu fosse maltratado, principalmente na hora das minhas rondas diárias pelas ruas próximas da região. Mas a adaptação foi sempre difícil, e eu acabava, claro, aprontando todas para voltar ao meu lar, doce lar, a Sedu. E assim sempre foi, para a alegria de todos.

Nunca faltou nada para mim na Sedu, tem um grupo de servidores, alguns até bem engajados na causa animal, que se juntam para me alimentar, dar água, me levar para tomar banho no pet shop e quando fico doente custear as despesas do médico-veterinário, os exames e as medicações necessários. Sou muito bem tratado.

Minha vida, portanto, se resume em esperar os servidores na chegada para o trabalho, adoro quando passam por mim e dizem: “Olá Ferrugem”, me sinto tão importante… E quando param para me acariciar, pensa em um felino alegre? Sou eu!

Depois de recepcionar os servidores que chegam para trabalhar, aproveito para tirar longos cochilos embaixo dos carros ou nas árvores, além de “ajudar” a galera da segurança, embora, confesso, que com essa carinha de bom felino que tenho, não assusto ninguém.

Dizem por lá, que a minha presença trouxe alguns benefícios para os apaixonados por animais que trabalham no órgão, o ambiente ficou mais humanizado. Não entendo muito bem a dificuldade que vocês, humanos, têm em entender essa relação, que já está mais do que comprovada cientificamente, só faz bem para os dois lados.

O fato é que assim como vocês, humanos, nós, os felinos, também envelhecemos. E eu já sou idoso. Foi por isso que mais uma vez, até porque tenho ficado bastante doente, que tentaram me levar novamente para a casa de uma servidora, pensando ser melhor para mim. Só que desta vez, eu aprontei com força, embora o apartamento fosse totalmente telado, arrumei um jeito de fugir e, agora, estou perdido, com muito medo, e não consigo encontrar o caminho de volta para minha casa:a Sedu.

Mas queria deixar claro que não existem culpados. Sabe aquela fração de bobeira, que todos, aliás, estamos sujeitos, sejam homens ou animais? Foi só isso que aconteceu, um minuto de distração dos meus pretendentes a tutores, e uma vontade enorme de minha parte de voltar para casa, e pronto: de um lado está um gato perdido, e do outro pessoas que me amam preocupadas e fazendo de tudo para me encontrar.

Por isso, para sanar a minha dor e o desespero dos meus amigos servidores da Sedu, que estou aqui na coluna É o bicho, para pedir, principalmente para quem mora em Vila Velha, nas imediações do Edifício Mar Azul, onde está localizado o apartamento de onde resolvi fugir, que fiquem atentos e se por acaso me verem, peço que comuniquem a Sedu. O local fica nas imediações da descida da alça da Terceira Ponte, no Shopping Praia da Costa. O condomínio de onde escapei é muito grande e, infelizmente, não tenho coleira de identificação.

Estou muito assustado, e a única coisa que quero é voltar para a minha família, na Sedu. Mas para que isso aconteça, é preciso a união de todos para me encontrar. Acredite, será o dia mais feliz da minha vida. Fico triste, também, porque sei que todos os meus amigos de lá da Sedu estão desesperados com o meu sumiço. Gostaria tanto de saber falar a língua dos humanos para dizer exatamente onde estou. Mas, por enquanto, só me resta esperar e pedir a Deus para que me proteja e que uma alma boa me encontre e me leve de volta para casa.

É lá, exatamente lá, que quero estar quando chegar minha hora de dar o último suspiro. Me ajudem por favor, eu estou por aqui, só não sei como fazer para reencontrá-los. Meu coração dói e a saudade é enorme. Tenho fé que daqui a pouco estaremos juntos, vocês me acariciando e eu ronronando como prova da minha gratidão por tantos e tantos anos ao lado de vocês.

Até breve.

Caso me encontre ligue para (27) 999737221, (27) 99625-5016, (27) 99776-2397 e (27) 99944-1253.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Pets
Viu algum erro?

Se você notou alguma informação incorreta em nosso conteúdo, clique no botão e nos avise, para que possamos corrigi-la o mais rápido o possível