Mark Wahlberg diz que viver padre no cinema impulsionou sua fé em Deus

Astro de "Transformers" é protagonista do drama biográfico "Luta Pela Fé - A História do Padre Stu", que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (26)

Cena do filme

Cena do filme "Luta Pela Fé - A História do Padre Stu", que estreia no Estado na quinta (26). Crédito: Sony Pictures

  • Jânio Nazareth
  • É jornalista, direto de Los Angeles (Twitter @janionazareth)


No começo, ele cantava rap (vestindo apenas uma cueca) e o delírio das adolescentes o levou ao topo das paradas de sucesso. Quando Marky Mark - também nome de sua banda - resolveu trocar a música pelo cinema, muita gente achou que não daria certo. Foi aí que Mark Wahlberg passou a usar o nome verdadeiro, procurou papéis variados e começou a emplacar uma série de sucessos.

Entre eles, podemos citar o "Os Infiltrados", o drama biográfico "O Vencedor" e a comédia "Ted", hits de bilheteria. Hoje, Wahlberg é um astro consagrado que continua buscando novos desafios. O último deles é o drama biográfico "Luta Pela Fé - A História do Padre Stu", que chega às salas do Estado nesta quinta (26). 

A trama vem causando comoção desde sua estreia nos Estados Unidos, em abril. O filme de Rosalind Ross segue a vida do padre Stuart Long (Mark Wahlberg), um boxeador que virou sacerdote e inspirou inúmeras pessoas durante sua jornada da autodestruição à redenção.

Semana passada, ao lado da colega de elenco Teresa Ruiz, Mark Wahlberg conversou com um grupo de jornalistas da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood - votantes do Globo de Ouro -, em Los Angeles, com presença de "HZ". 

O astro tinha chegado à Los Angeles às 18h30 do dia anterior, depois de um voo de 8 horas vindo de Londres. Ficou a noite toda acordado. Às 7h, levou os filhos Michael (15) e Brendan (13) para jogar golfe. Depois da entrevista, contou que ia, finalmente, para casa dormir, porque tinha que voltar a Londres para trabalhar no dia seguinte.

Em tempo: na capital inglesa, está participando do filme de espionagem "Our Man From Jersey", para a Netflix. Mark é produtor e também faz o papel principal, ao lado da atriz Halle Berry. Wahlberg contou que não via a família desde abril.

MUDANÇAS

O ator de 51 anos cresceu em um bairro pobre de Boston. A mãe era assistente de enfermagem e o pai trabalhava como motorista. Eles se divorciaram quando Wahlberg tinha 11 anos. O ator largou a escola e se envolveu com pequenos crimes, além da venda e consumo de drogas, o que resultou em 50 dias numa penitenciária. Ele conta que saiu da prisão decidido a mudar a vida e se identifica com a trajetória de padre Stu.

"Minha mãe foi incrível porque, enquanto estávamos fazendo algo positivo e produtivo, estava feliz. Tanto ela quanto meu pai sempre se orgulharam do meu sucesso nos negócios. Mas, o mais importante, eles estavam realmente orgulhosos do meu crescimento como pessoa e só queriam que seus filhos se saíssem bem e fossem bons irmãos e pais. Acho incrível porque meio que procurei muito para encontrar qual era minha vocação e realmente senti que encontrei isso no cinema", explica, durante a entrevista, traçando um paralelo entre sua vida e a história do personagem.

"Acho que agora, depois de conhecer a história de Stu e sua jornada, juntando isso a minha fé, também sei que tenho o desafio de utilizar esta plataforma e continuar fazendo o trabalho de Deus."

Mark Wahlberg explica que está se dedicando a uma série de projetos voltados para a religião. "Stu agora me encarregou de continuar com sua mensagem e fazer a minha parte. Acho que o filme faz um ótimo trabalho ao inspirar a todos a descobrir qual é a sua parte. Nem todos são feitos para o serviço religioso, mas podem contribuir de alguma forma. Acho que isso desafia as pessoas a fazerem mais, serem melhores e isso é uma coisa maravilhosa. Então, estou muito empolgado e, desde então, me envolvi com o aplicativo 'Halo', uma plataforma que tem oração e meditação. Quero começar um componente baseado na fé, no cinema e na televisão, e fazer muitas coisas legais para aproximar as pessoas de Deus", conta, empolgado.

Mark Wahlberg precisou engordar 13kg para viver sacerdote do filme

Mark Wahlberg precisou engordar 13kg para viver sacerdote do filme "Luta pela Fé". Crédito: Sony Pictures

Voltando a "Luta Pela Fé", o ator conta que foi difícil ganhar peso para fazer o papel. Ele engordou mais de 13kg comendo oito pratos por dia com ovos, toicinho e bife.

"Não é divertido (ganhar peso desta maneira), mas foi importante porque pensei em mostrar o declínio físico de Stu, pois tudo em sua vida era baseado em habilidade atlética. Era lutador, jogador de futebol (americano) e estava sempre meio que lutando contra o mundo que sempre o fez mal", acredita, dando mais detalhes sobre o declínio físico do personagem.

"Sempre pensei ser essencial mostrar como o físico de Padre Stu começou a se deteriorar, mas seu lado espiritual ganhou força. À medida que envelhecemos, ficamos mais fracos, menos móveis e temos mais conhecimento e experiência de vida. Mas foi apenas uma grande parte da história. Neste tempo, peguei Covid-19, então, tudo se tornou um pesadelo", desabafa. 

SENSAÇÕES

Teresa Ruiz e Mark Wahlberg explicam que as filmagens causaram um verdadeiro desgaste físico e emocional. “Sabíamos que estávamos contando uma história com a qual queríamos tocar as pessoas. Muitos dos momentos que você vê no filme foram coisas que me tocaram", conta Ruiz.

"Fiquei impressionado e admirado com o nível de emoção que ela (Teresa Ruiz) trouxe para sua performance em todos os sentidos. Sempre senti que era uma história de amor e ela o apresentou ao verdadeiro amor de sua vida, que era Deus", acrescenta Mark.

"Nunca frequentei escola de dramaturgia. Então, sempre me baseio em minhas experiências de vida para interpretar esses papéis. Perdi minha mãe durante as filmagens e passei por muitas situações emocionais. Conhecendo a jornada de Stu e vendo meu pai perder sua fisicalidade do jeito que aconteceu com o padre, senti que estava imitando meu pai para interpretar o personagem", complementa o ator.

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