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Documentário A Mulher da Casa Abandonada mostra lado da vítima: "Está em paz"

HZ conversou com Chico Felitti (jornalista), Kátia Lund (diretora) e Mariana Paiva (roteirista) sobre a série documental de três episódios

Felipe Khoury

Repórter / [email protected]

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 09:29

HZ entrevistou Cchico Felitti, escritor e podcaster, Kátia Lund, diretora, e Mariana Paiva

Após o sucesso do podcast comandado por Chico Felitti, a história que intrigou o país ganha uma nova perspectiva no Prime Video. A série documental "A Mulher da Casa Abandonada" estreia nesta sexta-feira (15) na plataforma e traz informações inéditas, incluindo o depoimento da vítima, novas camadas da investigação e declarações do FBI sobre o crime.

HZ teve acesso aos episódios em primeira mão (calma! não vai ter spoilers), e conversou com o jornalista Chico Felitti, a diretora Kátia Lund e a roteirista Mariana Paiva. Com três episódios, essa é primeira vez que Hilda Rosa dos Santos, trabalhadora doméstica citada no processo movido contra Margarida Bonetti nos EUA, contará sua versão.

“No começo, a gente teve muita dificuldade de encontrar pessoas diretamente ligadas a essa história, os policiais, os vizinhos. E as pessoas que participaram do podcast já estavam cansadas e não queriam falar. E quando encontrei a Hilda e as pessoas envolvidas nos Estados Unidos, foi a hora que conseguimos acessar novamente o caso”, revela Kátia.

Hilda Rosa dos Santos, trabalhadora doméstica citada no processo movido contra Margarida Bonetti nos EUA
Hilda Rosa dos Santos, trabalhadora doméstica citada no processo movido contra Margarida Bonetti nos EUA Crédito: Prime Video/Reprodução

Para Felitti, a força da narrativa vem da mistura entre mistério e uma dura realidade social. “É um caso instigante, mas também muito triste. Todo mundo conhece um caso de exploração doméstica”, afirma.

O podcast revelou a história de uma mulher que vivia reclusa em uma mansão em ruínas, localizada em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. Durante a apuração, Felitti descobriu que Margarida e o ex-marido, Renê Bonetti, haviam mantido uma brasileira como empregada doméstica nos Estados Unidos, em condições análogas à escravidão.

Bastidores da série

Um dos momentos mais surpreendentes para a diretora foi conseguir o depoimento da própria protagonista. “No podcast ela não quis falar, mas agora estava transbordando. Falou por duas horas seguidas sobre o crime. Acho que, pela idade, quase 90 anos, sentiu necessidade de colocar para fora. Hoje sinto que ela está em paz, se sente vista e ouvida”, afirma.

Segundo a roteirista Mariana Paiva, a equipe buscou evitar sensacionalismo. “As cenas mais fortes não são para chocar, mas para dar a real dimensão da violência. Foi um crime cometido entre quatro paredes, e as reencenações ajudam a compreender sua gravidade”, explica.

Por fim, Felitti destacou que a série fecha lacunas deixadas pelo podcast, mas não descarta novos desdobramentos: “Não digo que dessa água não bebereis”. 

Série documental
Série documental "A Mulher da Casa Abandonada" estreia nesta sexta Crédito: Prime Video/Divulgação

“Era uma falha minha não explicar por que ela não havia sido acionada pela polícia. Agora sabemos. Com o audiovisual, contamos também o lado de Hilda e de quem se juntou a ela para mudar uma lei nos EUA. É o encerramento dessa história, agora muito bem contada”, conclui.

Novo episódio

O caso que intrigou o país ganha mais um capítulo. Além da série, a história contou com um novo episódio nas plataformas de streaming de áudio. Nele, a produção traz informações inéditas sobre o crime cometido nos Estados Unidos, explicando os motivos de Margarida Bonetti não ter sido presa no Brasil.

A produção da série documental "A Mulher da Casa Abandonada" é da Coiote, e a produção executiva é de Katia Lund, Marcia Vinci, Gil Ribeiro, Margarida Ribeiro e Chico Felitti.

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