De Tonico e Tinoco a Gusttavo Lima: conheça a história da música sertaneja no Brasil

Desde a tradicional música de raiz até o moderno sertanejo universitário, o gênero tem se reinventado ao longo dos anos

A música sertaneja conquistou um sucesso avassalador no Brasil, tornando-se um dos gêneros mais populares e influentes do país. A sua origem está ligada à música caipira. A voz anasalada ao cantar, por exemplo, é algo que foi herdado dos artistas do interior. Porém, ao longo do tempo, o gênero musical ganhou características próprias.

HISTÓRIA DA MÚSICA CAIPIRA

A música caipira é caracterizada por retratar as paisagens e o cotidiano da vida no interior. Com melodia simples, é geralmente cantada durante encontros populares. As vozes são acompanhadas pelo som da viola, que chegou ao Brasil com os primeiros colonizadores portugueses.

Cornélio Pires, jornalista, escritor, empresário e artista, é apontado como o grande responsável por promover a música caipira pelo Brasil e por dar espaço ao sertanejo, que surgiria mais tarde. Em 1929, com o próprio dinheiro, ele bancou a produção do primeiro disco de moda de viola lançado no país.

ORIGEM DO GÊNERO SERTANEJO

Com o surgimento do rádio, o gênero musical se expandiu por todo o país. Além disso, surgiram novos artistas, como Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Alvarenga e Ranchinho. Contudo, naquele período, tanto a música como a cultura caipira eram vistas como algo negativo.

Aos poucos, a música foi adaptada para o consumo da população dos meios urbanos, abandonando algumas características caipiras, assim dando origem ao gênero sertanejo. Novos instrumentos, como a sanfona, foram adicionados e as letras se tornaram mais românticas, porém ainda mantendo um pouco do lado autobiográfico.

MUDANÇAS

Por volta de 1970, a música sertaneja passou por grandes mudanças. Sofreu influências do country norte-americano e novos instrumentos, como a guitarra elétrica, foram adicionados. Ainda nesse período, a dupla Milionário e José Rico, grande sucesso na época, modernizou o gênero ao adicionar elementos da cultura mexicana, como floreios de violino.

Em 1980, a música sertaneja se tornou mais romântica e pop. Chitãozinho & Xororó, com a música "Fio de Cabelo", ganharam grande destaque naquele período. Além deles, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano e João Paulo & Daniel se tornaram enormes sucessos nas rádios, programas de TV e até novelas.

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Chitãozinho & Xororó, com a música "Fio de Cabelo", ganharam grande destaque nos anos 1980. Crédito: Globo/Gustavo Scatena

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO

Nos anos 2000, o estilo sertanejo passou por mais mudanças. As músicas, agora mais dançantes, passaram a abordar a temática jovem e urbana. A sonoridade, inclusive, recebeu influências do axé, pop e até funk. No sertanejo universitário, duplas e artistas solos mais jovens passaram a fazer sucesso, como Jorge & Mateus, Henrique & Juliano, Gusttavo Lima, Luan Santana, entre outros.

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Gusttavo Lima é um dos grandes nomes da música sertaneja na atualidade. Crédito: Beatriz Heleodoro

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Atualmente, as mulheres também têm ganhado espaço na música sertaneja, que já foi um gênero comandado por homens. Para tanto, o termo "feminejo" passou a ser usado para denominar a onda de cantoras como Marília Mendonça, Maiara & Maraísa e Simone & Simaria. Nas músicas, elas tratam de temas como amor, traição, balada e bebedeira.

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