Capixaba ilustra coleção especial de latas de Leite Moça

Bárbara Tamilin foi a responsável por estampar a edição limitada "Clássicos do Brasil", que destaca as guloseimas brigadeiro, pudim, cocada, pamonha e arroz doce

Capixaba Bárbara Tamilin ilustra coleção especial de latas de Leite Moça, da Nestlé

Capixaba Bárbara Tamilin ilustra coleção especial de latas de Leite Moça, da Nestlé. Crédito: Bárbara Tamilin

Tem arte capixaba até nas prateleiras dos supermercados. Desde o mês passado, começaram a chegar nas gôndolas latas especiais do mais famoso leite condensado do país. A responsável por colorir as embalagens do Leite Moça é a capixaba Bárbara Tamilin (30), natural de Aracruz, no Norte do Espírito Santo.

Ao invés do tradicional fundo branco e da icônica "moça" que chama atenção no alumínio, as latas foram coloridas de azul, roxo, rosa, verde e amarelo, além de ganharem elementos presentes em toda casa brasileira como liquidificador, fuer e colher de pau. Cada uma pensada com carinho pela artista para celebrar o pudim, o brigadeiro, o arroz doce, a cocada e a pamonha.

"Tinha que ter bastante elementos da cultura brasileira de maneira geral. Não podia focar em regionalismos. Por exemplo, a do arroz doce não podia destacar o prato como de festa junina", explicou Bárbara.

Em conversa com HZ, a artista contou que o convite para participar da campanha foi feito através da a agência em que trabalha, em Curitiba. O processo de ilustração das latinhas começou a ser desenvolvido em junho de 2020 mas só a partir do fim de junho deste ano é que os produtos começaram a ser comercializados.

Durante o processo criativo, o maior desafio para a capixaba foi não saturar tanto as estampas, característica já marcante do seu trabalho.

"Por ser uma impressão no próprio alumínio, eu não podia carregar nas texturas, como eu estou familiarizada. Eu escolhi deixar só em alguns elementos. Eu trabalhei o próprio azul da Nestlé,  é uma marca muito consolidada e possui a própria cartela de cores, daí eu consegui explorar mais os tons quentes mas foi um baita desafio porque eu estou acostumada com tons bem mais saturados", detalhou.

TRAJETÓRIA

Formada em design, Bárbara conta que começou a se interessar pela arte ainda pequena, dentro de casa. Com o apoio da mãe, a jovem cresceu se aventurando entre rabiscos. "Teve até uma época da minha vida que ela tinha separado um quarto de bagunça só para eu ficar rabiscando a parede. Eu sempre gostei muito de desenhar", compartilhou.

Quando chegou a hora de decidir qual carreira seguir, a jovem até titubeou e tentou outro curso, mas os caminhos acabaram fazendo ela voltar ao mundo das cores e texturas.

"Quando eu fui prestar vestibular, eu estava muito em dúvida entre dois cursos. Acabei optando por um curso que não tem nada a ver com com as artes, Ciências Sociais, mas sempre senti que estava faltando alguma coisa dentro de mim, uma vontade de pegar a mão na massa, mexer com cor, mexer com o produtos de pintura", disse.

Quando o assunto é desenvolver trabalhos pessoais, Bárbara diz que busca produzir artes que demandem um olhar mais demorado e atento do espectador. 

"Eu gosto de que as pessoas passem um bom tempo olhando para aquela imagem. Eu sempre tento colocar uma coisa meio escondida, um sentimento meio escondido ou uma coisa meio nostálgica ou uma coisa mais rebelde. Eu tento criar uma atmosfera em que a pessoa possa realmente olhar e ficar pensando naquilo", finalizou a conversa.

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