Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 14:41
Entre 1985 e 2020, a expansão urbana no Brasil cresceu 1,97% por ano, segundo uma pesquisa do MapBiomas. Além de terem superado o crescimento da população, os dados revelam que essa expansão também se deu em um padrão desordenado, o que gerou novas demandas e carências para os indivíduos. >
Para combater esse problema e promover maior bem-estar para a população que usa e se locomove por essas cidades, a arquitetura e o urbanismo têm se dedicado, ultimamente, a estudar o impacto dos chamados mobiliários urbanos, como bancos, praças e academias populares, entre outros espaços, na infraestrutura dos grandes centros. >
“Não é porque temos uma praça com esses elementos urbanos que ela vai ser melhor ou pior. Mas entendemos que isso ajuda a criar mais aderência aos espaços públicos. É ainda melhor quando contamos com áreas verdes porque também conseguimos criar uma relação com bem-estar”, afirma o especialista em design e arquitetura urbanística Felipe Stracci, do Plantar Ideias. >
De acordo com ele, tudo aquilo que habita a cidade e está sempre disponível para uso público diariamente pode ser considerado como mobiliário urbano. “Se a gente parar para pensar, até elementos como os cachorródromos podem ser considerados como esses elementos.”>
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Sendo assim, esses equipamentos desempenham papel muito importante na revitalização dos espaços da cidade, principalmente, porque palavras como “aconchego” e “conforto” se tornam termos de ordem na concepção desses elementos. Afinal, são eles os responsáveis por construir uma relação de aderência no encontro das pessoas que fazem parte dessas comunidades. >
Alguns projetos da Plantar Ideias, por exemplo, idealizaram a revitalização de parques como o Ibirapuera, em São Paulo, e desenvolveram um restaurante no local. Com bancos feitos de tocos de árvore, o espaço recebe o visitante com o paisagismo que se conecta à proposta do ambiente. >
Em Pernambuco, o Parque Dois Irmãos será revitalizado e transformado em um bioparque para se integrar à pesquisa científica e contemplação em respeito à natureza. >
Heliomar Venâncio
Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU-ES)Vale ressaltar ainda, segundo o presidente, que esses equipamentos também precisam ser bem resistentes, já que vão receber ação da chuva e do sol. Assim como precisam ser bem pesados para que não seja tão fácil de mover. >
Mas nem só de praças habita o mobiliário urbano. Espaços que promovem esse modelo de interação de comunidade e contém esses equipamentos também fazem parte desse conceito. Em Cariacica, por exemplo, está sendo feita uma Orla, na região de Porto de Santana. >
“A Orla é um grande avanço para o desenvolvimento e a valorização de toda a região. Na verdade, por meio desses espaços, conseguimos perceber o aumento no bem-estar por meio do relacionamento entre os indivíduos daquela comunidade, além de garantir a segurança, porque muitas vezes estamos revitalizando e levando valorização para essas áreas”, destaca o secretário de Obras de Cariacica, Weverton Moraes. >
Na Serra, o secretário de Obras, Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Halpher Luiggi, conta que a prefeitura possui um programa pensado no desenvolvimento desses elementos e que a revitalização desses espaços ajuda, principalmente, bairros em situação de vulnerabilidade social.>
“Não falamos apenas de praças, hoje temos muitos equipamentos de infraestrutura pensados para promover esse encontro de pessoas. Temos calçadões à beira-mar e áreas de lazer e contamos com um programa para desenvolver projetos que podem mudar a vida da população no entorno”, afirma. >
Já na Capital do Espírito Santo, em Vitória, a secretária de Desenvolvimento da Cidade e Habitação, Anna Claudia Dias Peyneau, revela que já existem projetos de revitalização em vários pontos da cidade, incluindo pontos bem frequentados e praças famosas. >
“Tocamos na questão de mobiliário urbano todas as vezes que propomos objetos de urbanização e revitalização de áreas na cidade. Com isso, procuramos oferecer uma qualidade de vida melhor para as pessoas que, de maneira geral, usam da cidade”, pontua. >
Mobiliário urbano pode ajudar no bem-estar da população
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