Publicado em 8 de novembro de 2022 às 17:41
Apesar da pouca idade, o adolescente Noah de Paula Wagner, de 13 anos, já marcou a história do esporte capixaba: no dia 23 de outubro, quando foi comemorado o Dia do Aviador, ele se tornou o piloto de parapente mais novo do Espírito Santo, segundo a Federação Capixaba de Voo Livre. O voo solo aconteceu no município de Alfredo Chaves, na região Serrana, em uma rampa com cerca de 500 metros de altura. >
Foram três meses de treinos intensos até o jovem ficar pronto para realizar o salto. Além de aulas sobre meteorologia e uma imersão no funcionamento dos equipamentos necessários para o feito, Noah fez 25 decolagens em morros menores, que normalmente possuem 30 metros. Os "ensaios" ocorreram em locais conhecidos pela prática do voo livre, como Piúma, na região Sul.>
"Nas minhas férias (em julho deste ano), comecei a criar mais aptidão no esporte, de querer praticar e fazer de fato. Os amigos do meu pai, que também é piloto há mais de 20 anos, me incentivaram muito, dando várias dicas. O primeiro voo solo é especial para qualquer um, ainda mais na minha idade", destaca.>
O adolescente, que mora em Vitória com a família, conta que só descobriu que faria o salto no dia. Embora já se preparasse há semanas, a data ainda não havia sido marcada e ele foi pego de surpresa. Apesar da ansiedade, Noah destaca o apoio que teve das pessoas que estavam no local, sobretudo de amigos e parentes.>
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"Depois do almoço, o instrutor passou a comentar com meu pai, a gente começou a separar o equipamento e daí eu me liguei que ia rolar. Fiquei com muita ansiedade e medo na hora. Muitas pessoas que estavam lá ficaram só para me ver voando. Teve gente que até se emocionou", relembra Noah. >
Quem treinou o jovem foi o instrutor Rodolpho Cavalini, da TakeOFF Adventure Co., empresa especializada em formação de pilotos de parapente: "Para mim, é uma mistura de orgulho com responsabilidade. O Noah tem uma inteligência e maturidade fora dos padrões normais da idade dele. Em pouco tempo, ele desenvolveu as habilidades e dominou os fundamentos do voo". >
"Também comecei no esporte muito jovem, com 18 para 19 anos. Não era comum pessoas com essa idade entrar no esporte devido aos custos para a prática da atividade na época. Nos tempos atuais, ter nossos filhos ao nosso lado praticando uma atividade que os tire do mundo das drogas e das coisas ruins do mundo é tudo que queremos", afirma. >
A história de Noah de Paula com o parapente, no entanto, começou quando ele era (ainda) mais novo. Inspirado pelo pai, o empresário Beno Fernando Wagner, de 54 anos, que é praticante do esporte há mais de duas décadas, Noah costumava assistir vídeos sobre o assunto e até brincava com os equipamentos da família.>
"Sempre senti essa vontade dentro de mim. Antes mesmo de saber escrever meu próprio nome, já sabia pesquisar vídeos de parapente na internet. E, agora, com 13 anos, comecei a treinar para ser voador. Por ser um esporte de risco, eu precisava estar mais maduro. Quando essa maturidade chegou, eu me desafiei", destaca. >
De acordo com Beno Fernando, que se diz empolgado com a conquista do filho, a prática desse esporte é importante não apenas para o bem-estar de Noah, mas para a constituição da identidade dele.>
"Em princípio, você pensa: 'Estou colocando a coisa mais importante da minha vida em risco'. Mas a satisfação de ver que ele está trilhando um caminho legal no voo livre é importante. Além da adrenalina, nós também aprendemos sobre conviver em comunidade. É um esporte individual em que cada um cuida do outro. Isso pode contribuir para a formação do caráter dele", finalizou, orgulhoso, o pai.>
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