O kart colocou a França na semifinal da Copa do Mundo. Oliver Giroud fez o gol da classificação da equipe sobre a Inglaterra, nas quartas de final. Ele anotou o segundo da vitória por 2 a 1 neste sábado (10), no estádio Al Bayt.
Em 2018, após a conquista do Mundial na Rússia, o atacante foi ironizado por não ter feito nenhum gol nas sete partidas do torneio na Rússia. Um a fazer isso foi Karim Benzema, que não era convocado para a seleção por problemas extracampo.
Ele definiu a si mesmo como um carro de F1. Giroud seria um kart. "Eu sou um kart campeão do mundo", devolveu o ainda camisa 9 da França.
Giroud nem deveria ser titular. A posição voltou a ser de Benzema no ano passado. Mas o atual dono da Bola de Ouro de melhor jogador da Europa se lesionou pouco antes do início do Mundial.
O gol de Giroud foi seu quarto na Copa do Mundo do Qatar. Ele é o vice-artilheiro da competição. Está atrás apenas do seu companheiro Kylian Mbappé (cinco).
Na próxima quarta-feira (14), de novo no estádio Al Bayt, a França enfrenta Marrocos por uma vaga na decisão. A equipe europeia está, na teoria, a 180 minutos de ser o primeiro país desde o Brasil (1958-1962) a vencer dois mundiais consecutivos.
A partida deste sábado resume o que é a Inglaterra em Copas. É capaz de dominar jogos, criar chances, animar o seu torcedor e decepcioná-lo no final.
Giroud não foi o único destaque francês. Antoine Griezmann desfilou em campo nos primeiros 45 minutos sem ser vigiado por nenhum adversário. Era como se a Inglaterra estivesse concentrada em como parar Kylian Mbappé e tivesse esquecido o meia-atacante.
Nos dias anteriores ao jogo, o principal comentário era a disputa entre os dois jogadores mais velozes do Mundial. Mbappé atingiu no torneio a velocidade de 35,3 km/h. Kyle Walker, seu marcador, bateu em 34,4 km/h.
Talvez os ingleses tivessem na cabeça aquele que saiu do Atlético de Madrid em 2019, jogou pouco no Barcelona e voltou para a capital no ano seguinte. O ciclo pós-título de 2018 para Griezmann foi discreto. Mas na Copa do Mundo, é como se fosse outro jogador.
Ele rolou para Tchouaméni acertar chute de longe aos 16. Foi forte, bem colocado, mas o goleiro Pickford poderia ter feito melhor. Na origem da jogada, houve falta do francês Upamecano em Saka ignorada pela arbitragem comandada pelo brasileiro Wilton Pereira Sampaio.
A Inglaterra começou a forçar o jogo pela direita com Henderson e Saka e conseguia entrar na área da França, mas sem finalizar com perigo. Os atuais campeões começaram a esperar pelo contra-ataque. Era quando, na teoria Mbappé deveria levar vantagem sobre o Walker. Até o intervalo, isso não aconteceu.
Os ingleses não tinham motivos para mudar a estratégia porque Saka levava nítida vantagem sobre a marcação de Theo Hernández. Quando foi derrubado na área aos seis da etapa complementar, Harry Kane empatou de pênalti aos 8 minutos. Não bateu no meio do gol, como às vezes faz pelo Tottenham Hotspur. O goleiro francês, Hugo Lloris, o conhece bem e também atua pela equipe.
Parecia que a Inglaterra viraria. Bukayo Saka era o melhor em campo e levava perigo todas as vezes que pegava na bola. Poderia ter feito o segundo em conclusão quase dentro da pequena área.
Os atuais campeões do mundo estavam encolhidos, pareciam assustados. Cada vez mais confiante em campo, a Inglaterra parecia destinada à semifinal.
Isso durou até que Griezmann, de novo livre e decisivo, achou Giroud na área com um cruzamento aos 32. Era a aposta que a zaga inglesa falharia. E quem errou não foi o amaldiçoado (por vários integrantes da torcida britânica) Harry Maguire. John Stones, do Manchester City, sequer saltou.
Quem deveria ser tão decisivo assim era Harry Kane. Principal jogador do seu país, ele teve novo pênalti para empatar mais uma vez e levar a decisão para a prorrogação. Mandou a bola na arquibancada.
A imagem de Oliviera Giroud sendo o matador da França em Copas do Mundo é nova. Surgiu em 2022. Mas o camisa 9 vencedor com a sua seleção é antiga. Aconteceu em 2018 e pode se repetir em 2022. Como um kart que sempre chega na frente.
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