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Vereador do ES sobre áudio investigado: 'Não tenho certeza se voz é minha'

Vereador do ES sobre áudio investigado: "Não tenho certeza se voz é minha"

Dito Xaréu é alvo de apuração na Câmara de Guarapari sobre áudios nos quais é cobrada propina. Ele deu declaração na tribuna, depois disse à reportagem que, na verdade, quis dizer que a voz não é dele

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 21:20

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Investigado pela Câmara de Guarapari por suspeita de cobrança de propina, o vereador Marcial Almeida, mais conhecido como Dito Xaréu (SD), disse não saber se os áudios atribuídos a ele e que são alvo de investigação são, de fato, dele próprio.

A declaração foi dada durante a sessão parlamentar do dia 1º de outubro, quando os parlamentares foram homenageados na Casa.  Depois, à reportagem, nesta segunda-feira (7), o parlamentar mudou a fala e falou que na verdade quis dizer que a voz não é dele.

Em sua fala no plenário, Xaréu falou sobre o risco de perder seu mandato e também se defendeu:

"Eu confesso para vocês, como eu já falei, a voz é idêntica à minha, mas eu também ainda não tenho certeza que [a voz] é minha", disse o vereador, que ainda fez um clamor aos demais parlamentares:

“Queria que vocês deixassem que Deus tirasse esse mandato meu. Eu queria pedir a vocês mais uma oportunidade de terminar meu mandato. Vir para a minha reeleição e se Deus achar que eu não tenho que vir, que eu não tenho que ganhar essa eleição, eu entrego a ele”.

Apesar das declarações gravadas, à reportagem Xaréu afirmou que sua fala foi mal interpretada. Segundo o vereador, sua intenção era outra. “Eu falei que a voz não é minha, pode ser parecida, mas não é minha”, corrigiu.

Dito Xaréu, vereador de Guarapari, é investigado por suposta cobrança de propina de empresários. (Reprodução/Fabebook)

AFASTAMENTO

Por decisão de 11 dos 17 vereadores de Guarapari, Dito Xaréu foi afastado da Câmara municipal em junho deste ano. Na ocasião, foi aberta uma comissão processante para investigar áudios que vinham sendo divulgados e atribuídos a Xaréu, nos quais ele cobrava propina de donos de boates para modificar projetos no Legislativo e até influenciar decisões da prefeitura.

Xaréu, no entanto, retornou ao parlamento no mesmo mês por decisão judicial.

De acordo com a Câmara, a comissão processante, que é presidida pela vereadora Fernanda Mazzelli de Almeida Maio (PSD), está em fase final. O prazo de defesa para manifestação final do vereador já foi aberto.

“Ele terá um prazo de dez dias úteis a partir desta terça-feira (8) para emitir o parecer final e após a emissão deste parecer, inicia-se um prazo de mais dez dias úteis para a entrega do relatório do relator. No mesmo dia da apresentação do relatório a comissão se manifesta. Se pelo menos dois vereadores forem favoráveis, o relatório vai para votação em plenário na próxima sessão”, informou a assessoria de imprensa da Casa.

O advogado de Dito Xaréu, Carlos Elias Abud, que apresentará a defesa, ressalta que não existe nenhum processo na Justiça contra o vereador.

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“Não há nenhum processo que o incrimine ou comprove que os áudios são de autoria dele. A comissão processante não consegue construir provas de que a autoria dos áudios é dele, o que de fato não é. Nós pedimos a oitiva de parlamentares para saber se algum deles foi assediado pelo vereador para aprovação e projetos. Não há comprovação de que ele tentou”, defende.

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