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Secretários de Brejetuba pedem exoneração em massa

Secretários de Brejetuba pedem exoneração em massa

Os pedidos de demissão foram feitos nesta segunda-feira (27), quatro dias após o vice-prefeito, Samuel Quirino, ter assumido o comando da cidade

Publicado em 28 de maio de 2019 às 00:08

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O prefeito João Lourenço foi afastado de suas funções pela Câmara Municipal. (Divulgação/Prefeitura de Brejetuba)

A Prefeitura de Brejetuba, na região serrana do Espírito Santo, abrirá suas portas na manhã desta terça-feira (28) sem a presença de praticamente todos os secretários do município, que são responsáveis por darem seguimento às políticas e ações em áreas como educação, assistência social, finanças e obras. Ao longo desta segunda-feira (27), toda a equipe do primeiro escalão do Executivo, além de membros do segundo nível da administração, pediu exoneração de seus cargos. 

Os pedidos de exoneração em massa ocorreram quatro dias após o vice-prefeito, Samuel Quirino de Oliveira (PSDB), assumir o comando da cidade. Quirino está no lugar do prefeito João do Carmo Dias (PV), o João Lourenço, que foi afastado do cargo pela Câmara Municipal. O prefeito interino, no entanto, garante os serviços não serão prejudicados.

João Lourenço é investigado em uma comissão processante criada pelo Legislativo para apurar o episódio ocorrido em maio do ano passado, quando, durante a greve dos caminhoneiros, o prefeito efetuou cinco disparos contra um ônibus que se recusou a parar em um bloqueio e foi preso.

De acordo com a agora ex-secretária de Educação de Brejetuba, Maria de Lourdes Ribeiro, os secretários sentiram-se "traídos" pelo prefeito em exercício. Ela conta que na semana passada, Quirino convocou a equipe e pediu que os trabalhos não fossem interrompidos para que o município não fosse prejudicado. O grupo concordou, mas foi surpreendido por demissões de colegas. O primeiro foi o chefe de gabinete do prefeito, Wendel Fonseca. Já nesta manhã de segunda foi a vez de os secretários de Agricultura e de Saúde serem demitidos.

Esta foi a gota d’água para que os demais secretários batessem em retirada. "Não foi uma ação combinada", afirma Maria Lourdes, que já prevê uma série de atrasos na prestação de serviços da cidade. "Eu penso que Brejetuba vai passar por um momento bem complicado. Quando temos uma eleição, ficamos três meses em período de transição e agora não terá isso. Não vai ter secretário para assinar notas, encaminhar processos", avalia.

A ex-secretária de Cultura, Paula Maria Cardoso Neto, afirma que "a maior parte" da população está insatisfeita com o afastamento de João Lourenço. "Estamos atravessando um momento muito delicado na cidade, mas espero que o prefeito retorne em breve, pois estava realizando um trabalho com muita responsabilidade com os recursos públicos e a população não pode ficar prejudicada", afirmou.

Assim como afirmam seus comissionados, João do Carmo reitera que se sente traído pela Câmara e pelo próprio vice.

"Isso virou um ato político. Se eu estivesse sendo afastado por corrupção, desvio de verba, eu mesmo pediria demissão, mas esse afastamento é por coisas particulares minhas, que eu estou resolvendo com a Justiça", diz.

João Lourenço também avalia qual será o resultado do esvaziamento da prefeitura: "Vai haver uma paralisação muito grande no fluxo do desenvolvimento".

O OUTRO LADO

O único membro da equipe que continua a trabalhar é o novo chefe de gabinete de Quirino e também secretário interino de Saúde da cidade, Jairo Cunha. Foi ele que, em nome do prefeito em exercício, garante que haverá um plano para dar início às substituições dos secretários já nesta terça-feira (28). Jairo afirma ainda que as exonerações foram feitas com o objetivo de "tumultuar a gestão", mas diz que a situação está sob controle. Segundo ele, as exonerações feitas ocorreram em função de falhas cometidas pelos gestores.

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"O prefeito está preparado, é muito sensato e tem apoio da população e da Câmara. O município não vai parar", afirma Cunha.

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