Na avaliação de Paulo Hartung (sem partido), a crise fiscal ocupa hoje o topo da lista de prioridades a serem encaradas pelo governo federal. Dentro desse contexto, o governador do Estado não só defende a reforma da Previdência como tema prioritário, mas também aponta a mudança que considera fundamental: a imposição de uma idade mínima de aposentadoria.
"Para resolver o problema fiscal tem que consertar a Previdência pública e privada do país, colocando uma idade mínima. Precisamos nos unir na defesa de uma idade mínima. Não tem esse negócio de que o governo paga, quem paga é a sociedade. E a nossa ineficiência tem a ver com o nosso setor público caro e a marca do desperdício", declarou o governador em sua palestra durante o primeiro dia do 13º Encontro de Lideranças, que acontece em Pedra Azul, Domingos Martins.
Para Hartung, a elevação do nível de competitividade do país passa necessariamente pelo ajuste das contas. Por isso, ele continua: "Com o avanço da medicina estamos vivendo mais e melhor. Como continuar aposentando gente com 48 anos?".
NOVOS LÍDERES
Prestes a deixar o comando do Palácio Anchieta, Hartung já adiantou que se dedicará a atuar não só no setor privado, mas também na formação de novas lideranças através da ONG RenovaBR e do Movimento Agora!, dedicado ao desenvolvimento de políticas públicas.
"Pretendo seguir minha vida pública atuando no processo de formação de lideranças. Acredito que, pior que o grave déficit (financeiro) que o país vivencia, é a falta de lideranças capazes de debater divergências e chegar a um pensamento comum que unifique e transforme o caminho civilizatório da humanidade", declarou o governador.
Para ele, a carência de novos gestores interessados no setor público se deve em parte em função das burocracias da legislação.
Mesmo oficialmente fora do jogo político, o governador defende a união de forças em prol do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e sugere que as críticas feitas durante o período eleitoral sejam superadas, dando lugar a ações em prol das reformas.
"O futuro governo não debateu a agenda do país, mas agora é esquecer isso, essa página está virada. Eu não topo discutir partido, eu não topo discutir oposição. Porque fazer oposição hoje é fazer oposição a ninguém, e eu não topo fazer oposição ao Brasil e aos brasileiros. Nós precisamos encontrar caminhos para colocar esse país na agenda correta."
Em outro ponto de seu discurso, o governador reforçou: "Se o Paulo Guedes (futuro ministro da Economia) montar uma proposta de reforma da Previdência nesse país que fizer sentido, não precisa conversar comigo: eu estarei publicamente defendendo, escrevendo artigo, falando, dando entrevista porque eu sei que é isso que vai tirar o país dessa encrenca".
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