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'Objetivo é ter uma Lava Jato em cada Estado', diz Eugênio Ricas

"Objetivo é ter uma Lava Jato em cada Estado", diz Eugênio Ricas

Diretor de Investigação da PF foi palestrante no "Diálogos sobre Integridade", realizado pela Rede Gazeta.

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 00:22

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(Fernando Madeira)

O diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Eugênio Ricas, afirmou, em palestra no "Diálogos sobre Integridade", que a capacidade de trabalho da instituição está sendo fortalecida e que o objetivo dela é "ter uma Lava Jato em cada Estado".

Ricas prestou contas dos seus três meses à frente da diretoria. Também destacou a aquisição de equipamentos que vão aprimorar investigações, treinamentos oferecidos a policiais e escolhas estratégicas de policiais para divisões e diretorias que a nova administração vem fazendo.

Ao comentar a ida do delegado Márcio Anselmo, considerado o pai da Lava Jato, para a Divisão de Repressão aos Crimes Financeiros (DFIN), disse que designações estratégicas como essa disseminarão conhecimentos na PF e possibilitarão grandes operações no país.

"O que significa isso? Significa que vamos usar a expertise de um dos delegados que mais conhecem sobre crimes financeiros para disseminar isso no Brasil inteiro. Isso ignifica que nosso objetivo é que haja Lava Jato talvez em todos os Estados do Brasil. Por que não? Se há corrupção, é nossa obrigação que haja atuação da PF", afirmou.

AUTORIDADES

Ricas afirmou que a instituição investiga crimes, em todo o país, que podem ter representado R$ 75 milhões em desvios. Também informou que o grupo especial de inquéritos da PF investiga 137 dos 513 deputados federais, 35 dos 81 senadores e 7 dos 29 ministros de Estado.

O diretor ainda minimizou a polêmica declaração do diretor-geral da PF, Fernando Segóvia, que sugeriu fragilidade nas provas coletadas no inquérito contra o presidente Michel Temer (PMDB) e, consequentemente, o arquivamento da apuração. Para o ex-secretário de Transparência do Espírito Santo, trata-se de uma questão superada.

INTEGRAÇÃO

O delegado também enfatizou a necessidade de integração do trabalho das polícias. Contou que 30 policiais federais foram para o Rio de Janeiro, numa operação permanente, trabalhar junto com as demais polícias e com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). "Se ficarmos compartimentando as informações, sem compartilhá-las, vamos continuar atrás da criminalidade organizada", comentou.

Ele também comentou que a criação do Ministério da Segurança Pública, ao qual a Polícia Federal passa a ser subordinada, não muda o trabalho da instituição.

Em entrevista, Eugênico Ricas ainda considerou que a Lava Jato tem como legado a redução da percepção de impunidade, mas alertou para a necessidade de a sociedade permanecer em alerta para que condenações de grandes nomes da república não tenham sido pontuais.

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"Há alguns anos, ninguém conseguiria imaginar empresários do status de Marcelo Odebrecht condenados. Nem o ex-presidente Lula, um dos maiores líderes do mundo, condenado em segundo grau. É o grande marco da Lava Jato, mudar essa perspectiva. Reinava uma sensação de impunidade muito grande. Todo mundo tinha a percepção de que a Justiça jamais alcançaria os poderosos e os ricos. A Lava Jato mudou isso. É fundamental que sociedade permaneça vigilante para que não haja retrocessos", disse.

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