Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 16:25
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Og Fernandes rejeitou, monocraticamente, o recurso do prefeito afastado de Itapemirim, Luciano Paiva, mantendo a condenação de cinco anos de prisão, além de pagamento de multa. Paiva é acusado de crimes praticados na eleição de 2012. A denúncia do Ministério Público Eleitoral é de que ele e outras duas pessoas se apropriaram de R$ 40 mil de recursos de campanha. >
Segundo a denúncia, para a movimentação, foram criadas duas notas fiscais falsas, de R$ 12 mil e R$ 28 mil, de serviços que jamais foram prestados. Os R$ 12 mil foram para a conta de Loriane Paiva, esposa de Evandro Paiva, primo do prefeito afastado. Já os R$ 28 mil foram destinados ao então contador da campanha, Jhoel Ferreira Marvila. Evandro foi condenado a um ano de prisão, enquanto Loriane recebeu pena de dois anos e dois meses, além de pagamento de multa. Jhoel foi condenado a cinco anos e 29 dias.>
A ação não tem relação com o afastamento de Luciano Paiva da prefeitura do município, que é motivado por suposto envolvimento em esquema de contratos e licitações irregulares, de acordo com o Ministério Público.>
A defesa do prefeito afastado vai entrar com um agravo para que o caso seja analisado pelo plenário do TSE. O advogado de Luciano, Alexandre Nogueira, alega que dois depoimentos que acusam o político são de corréus, ou seja, pessoas que também teriam praticado atos ilícitos. Para a defesa, os depoimentos não poderiam ser considerados pela Justiça sem ser firmado um acordo de colaboração, o que não aconteceu. O argumento foi analisado pelo ministro e rejeitado.>
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Vamos pedir para o caso ir para o Plenário e, caso o recurso seja rejeitado, acreditamos que possa ser uma questão de repercussão geral, levando a ação para o Supremo Tribunal Federal (STF). O que está em discussão é que como não houve acordo de colaboração, os depoimentos podem ser anulados, explica.>
A defesa de Luciano ainda argumenta, nos autos, que as notas fiscais não poderiam ser consideradas falsas, pois não existem provas de que os serviços não foram prestados.>
Og Fernandes também rejeitou um recurso do Ministério Público que pediu o aumento da pena para os réus. Para o órgão, os antecedentes, a conduta social e os motivos do crime deveriam ser considerados para aumentar o tempo de prisão. >
A reportagem não localizou os advogados dos outros réus. >
Luciano Paiva é protagonista de diversas irregularidades em Itapemirim, que resultaram em sucessivos afastamentos de administradores. Ele já foi cassado no mandato anterior, reeleito e afastado mais de uma vez.>
Ele está afastado do cargo desde 2017. Desde então, o vice-prefeito Thiago Peçanha (PSDB) é quem comando o município.>
Outro caso em que Luciano é réu é em relação a uma acusação de improbidade administrativa, em uma investigação por superfaturamento na desapropriação de terrenos na zona rural do município de 2015. Segundo a denúncia do MPES, um dos investigados, que comprou os terrenos, era sócio/administrador de uma empresa que possuía diversos contratos com a prefeitura na gestão de Paiva.>
O empresário adquiriu o imóvel por R$ 100 mil e, dois meses depois, o município promoveu a desapropriação de um quinto do terreno, pagando a quantia de R$ 1.963.264,44. Sobre este caso, a defesa do prefeito disse que o valor foi calculado por uma comissão de técnicos da prefeitura e que o prefeito não interferiu na transação. >
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