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Lauriete pede para Netflix explicar filme que retrata Jesus como gay

Lauriete pede para Netflix explicar filme que retrata Jesus como gay

Deputada capixaba faz parte de grupo de parlamentares que enviou requerimento pedindo esclarecimentos à Câmara.  Para eles, o filme de humor do Porta dos Fundos ataca os valores da fé cristã

Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 17:16

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A deputada federal Lauriete (PL) é evangélica. (Agência Câmara)

Um requerimento assinado por cinco parlamentares da Câmara dos Deputados, apresentado na última quarta-feira (11), pretende convocar a Netflix, canal de transmissão via streaming, para prestar esclarecimentos sobre o filme “A Primeira Tentação de Cristo”, que retrata Jesus como um personagem homossexual. Dentre os proponentes, está a deputada do Espírito Santo Lauriete (PL).

Para a parlamentar, que é evangélica, o filme em questão, um especial de Natal do grupo de humor “Porta dos Fundos”, ataca os valores da fé cristã. De acordo com ela, o longa metragem causa indignação e a exibição deve ser repudiada, já que feriria os valores de diversas religiões, em especial durante o clima natalino.

A assessoria da deputada diz que o filme "fala até dos discípulos bêbados e outras zombarias. Para Lauriete, que é de formação evangélica, o filme não é apropriado, principalmente como Especial de Natal. Ela assinou o requerimento em virtude do questionamento que seus eleitores têm feito".

O documento, que no momento aguarda deliberação na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), segundo os autores, busca respaldo constitucional no artigo 5º da Constituição, inciso IV, que diz que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. 

Também destaca o artigo 208 do Código Penal, que trata como crime o “ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo”, punindo com detenção de um mês a um ano ou multa a conduta de quem “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

De acordo com o pedido de esclarecimentos, o filme “zombaria” da crença cristã de forma pública. “No referido filme Jesus Cristo é retratado como sendo homossexual e os discípulos como bêbados", diz o documento.

"Nós entendemos que uma obra de arte pode abordar diferentes aspectos a respeito desse período histórico sem fazer nenhum tipo de caricatura ou ofensa à imagem de Jesus. Muitas obras foram criadas nos mais diversos formatos e gêneros que são saudáveis e aceitáveis, entretanto este filme é verdadeira afronta aos mandamentos constitucionais, constitui crime previsto no Código Penal e verdadeira afronta religiosa aos valores cristãos."

Em manifestação da Netflix sobre a polêmica gerada pelo filme a ser lançado, a empresa afirmou, nesta quinta-feira (12), que "valoriza e aprova a liberdade criativa dos artistas com quem trabalha e reconhece também que nem todas as pessoas vão gostar desse conteúdo. Daí a liberdade de escolha oferecida pela empresa, em seu cardápio variado de opções, que inclui, por exemplo, novelas bíblicas". A reportagem tenta contato com a Netflix sobre o requerimento, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.

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