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Governo diz que identificou gastos incomuns no final da gestão Temer

Governo diz que identificou gastos incomuns no final da gestão Temer

"O alto volume (de movimentações financeiras) causou estranheza", afirmou Onyx Lorenzoni

Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 18:56

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O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quinta-feira (3) que o governo identificou "uma movimentação incomum de exonerações e nomeações e recursos destinados a ministérios" no apagar das luzes da gestão Michel Temer (MDB) e quer a revisão delas.

O ministro Onyx Lorenzoni . (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Após o encontro de Bolsonaro e do vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), com os 22 novos ministros, nenhuma medida concreta foi anunciada.

Segundo o chefe da Casa Civil, foi solicitado que todos os ministros repassem os atos e os gastos dos últimos 30 dias para elaborarem um relatório a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

"O alto volume causou estranheza", afirmou Onyx, depois de quase três horas de reunião. "O presidente pediu para verificar para onde foi o dinheiro, por que e se tem suporte para ter sido feito."

"CASA BRASIL"

Onyx anunciou ainda que o governo pretende chamar de "Casa Brasil", um modelo que consiste em reunir toda a estrutura da administração direta nos Estados e capitais em um único local.

O objetivo é, segundo ele, permitir a venda dos imóveis ociosos. "A União tem próximo de 700 mil imóveis e ainda aluga espaço", afirmou. "É um contrassenso absoluto."

O ministro, no entanto, não disse qual será a economia com a iniciativa.

EXONERAÇÕES

Onyx disse também que "faltou coragem" a Temer para "limpar a casa" antes do fim do mandato e demitir servidores supostamente ligados ao PT.

Essa foi a maneira de o ministro justificar a exoneração de 320 funcionários de cargos de confiança vinculados à sua pasta, que passarão a partir de agora por uma triagem para que o novo governo identifique quem foi indicado durante as gestões Lula e Dilma Rousseff. Estes, segundo ele, devem ser demitidos definitivamente. Os outros poderão ser readmitidos nas suas funções.

"Precisamos ter a coragem de fazer o que talvez tenha faltado ao governo que terminou no dia 31 (de dezembro de 2018), de, logo de início, limpar a casa", disse Onyx após a primeira reunião ministerial de Bolsonaro como presidente.

"É o único jeito de poder tocar nossas ideias e nossos conceitos, fazer aquilo que a sociedade brasileira decidiu por maioria. Dar um basta nas ideias socialistas e comunistas que, por 30 anos, nos levaram a esse caos", completou.

Mais uma vez, Onyx adiou a divulgação das prioridades do novo governo - agora, para a próxima terça-feira (8) - e se ateve a medidas de pouco efeito prático para a redução de gastos, porém, afinadas ao discurso político que elegeu o presidente.

Ele disse que a exoneração de mais de 300 servidores da Casa Civil para "despetizar a administração pública", como definiu, foi tomada como exemplo pelo governo.

"Todos os ministros estão autorizados a proceder de maneira semelhante ou ajustada a cada uma das pastas", afirmou.

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Apesar disso, ele negou que a prática seja uma caça às bruxas, ao contrário. "O conceito está perpassando todo o governo para desaparelhar e permitir que o presidente Bolsonaro possa executar suas políticas."

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