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ES vai para 24 anos com dois governadores se alternando no poder

ES vai para 24 anos com dois governadores se alternando no poder

Com a reeleição de Renato Casagrande (PSB) neste domingo (30) para comandar o Palácio Anchieta pela terceira vez, ele alcança Paulo Hartung em número de mandatos. Juntos, eles ficarão à frente do ES por 24 anos

Publicado em 30 de outubro de 2022 às 19:48

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Eleição 2022 - Segundo turno
Eleição 2022 - Segundo turno - fim de uma era. (Arte Geraldo Neto )
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]

A reeleição do governador Renato Casagrande (PSB) neste domingo (30) garantiu não apenas mais quatro anos dele no comando do Palácio Anchieta, mas também um empate em número de mandatos entre ele e o ex-governador Paulo Hartung (sem partido). Juntos, Casagrande e Hartung estarão à frente do Poder Executivo capixaba por 24 anos, sendo três mandatos cada um.

Ao longo desse período, Hartung esteve à frente do governo estadual de 2003 a 2010 e novamente de 2015 a 2018. Já Casagrande comandou o Espírito Santo pela primeira vez de 2011 a 2014, voltou a governar o Estado em 2019 e em janeiro de 2023 assumirá seu terceiro mandato de governador.

Quando Hartung assumiu o governo, em 2003, o Espírito Santo passava por um período conturbado, com salários dos servidores atrasados e com denúncias de corrupção, irregularidades e pessoas com cargos importantes nos três poderes envolvidos no crime organizado. 

Desde então, as finanças do Estado foram recuperadas, assim como houve também uma reconstrução da imagem dos poderes capixabas, embora tenha havido algumas situações isoladas de denúncias de irregularidades.

Hartung e Casagrande estavam no mesmo grupo político até o início do mandato do socialista como governador, em 2010, mas romperam completamente a partir de 2014, quando disputaram a eleição para governador e o então peemedebista foi eleito.

Uma nova era em 2026

Por ter sido reeleito, Casagrande não poderá disputar um novo mandato daqui a quatro anos e Hartung já garantiu mais de uma vez e publicamente que não disputará mais mandatos eletivos. Com isso, a expectativa é para que uma nova era na política capixaba seja iniciada a partir de 2026.

E não faltarão interessados em iniciar essa nova era. Do amplo grupo político liderado por Casagrande atualmente — ele foi reeleito em uma coligação com 11 partidos, reunindo do PT, do ex-presidente Lula, ao bolsonarista PP — devem surgir vários interessados. O primeiro deles e já considerado um nome natural é o vice-governador eleito Ricardo Ferraço (PSDB), mas o PT também deve cobrar espaço, já que nas eleições deste ano o partido abriu mão da disputa ao governo do Estado para apoiar o socialista, ao retirar o nome do senador Fabiano Contarato (PT).

Outro nome do PT que ganhou força na disputa eleitoral de 2022 foi o deputado federal Helder Salomão, reeleito com a maior votação para a Câmara dos Deputados no Estado. 

O PSB ainda carece de lideranças com força suficiente para entrar na disputa para a sucessão de Casagrande, mas não dá para descartar que em quatro anos surja alguém com esse perfil, talvez até a partir da migração de outros partidos. As eleições de 2024 também poderão servir de termômetro para a disputa de 2026, com a projeção de prefeitos reeleitos na Grande Vitória, por exemplo.

Do lado da oposição, o ex-deputado federal Carlos Manato (PL) ganhou forças ao levar a disputa para governador para o segundo turno depois de 28 anos. Porém, o futuro político dele depende muito do futuro do bolsonarismo, uma vez que a sua votação pode ser considerada muito mais efeito da sua relação com o presidente Jair Bolsonaro (PL) — ele se apresentava na disputa como "o governador de Bolsonaro" — do que por méritos pessoais. 

Um outro nome do PL é o do senador eleito Magno Malta, que volta à cena política nacional a partir de 2023. Ele estará na metade do mandato em 2026 e poderia se arriscar numa disputa sem se preocupar com o resultado.

O futuro do terceiro e quarto colocados na disputa para governador do Espírito Santo no primeiro turno — Guerino Zanon (PSD) e Audifax Barcelos (sem partido) — ainda é uma incógnita. Enquanto o primeiro abraçou o bolsonarismo desde o primeiro turno, o segundo ficou em cima do muro sobre a disputa presidencial, mas se desfiliou da Rede para apoiar Manato no segundo turno. Ambos têm relação com Paulo Hartung, que não se posicionou oficialmente a favor de nenhum candidato ao governo do Estado em 2022.

Quatro anos na política é muito tempo e muita coisa ainda pode acontecer até 2026, mas é certo que os capixabas viverão nesse período o fim de uma era de revezamento entre dois governadores.

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