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Dinheiro foi menos decisivo para eleição de deputados federais do ES

Dinheiro foi menos decisivo para eleição de deputados federais do ES

Verba aumentou no ES, mas eleitos ficaram com menor parte em 2018, em comparação à eleição de 2014

Publicado em 14 de maio de 2019 às 02:47

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Câmara dos Deputados. (Ernesto Rodrigues/Estadão | Arquivo )

No Espírito Santo, houve aumento nos gastos dos candidatos ao cargo de deputado federal na campanha de 2018. Entretanto, isso não se refletiu, necessariamente, em resultado positivo nas urnas. É o que mostra o estudo “Os Custos da Campanha Eleitoral no Brasil”, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Fundação Brava, divulgado nesta segunda-feira (13).

O levantamento aponta que houve aumento em torno de 35% dos gastos por todos os candidatos a deputado federal nas eleições de 2018 no Espírito Santo. Outras 14 unidades federativas também apresentaram aumento, entre elas Acre, Amapá e Roraima. O Espírito Santo foi o 6° no ranking dos que mais tiveram variação de gastos nas eleições de 2014 para a disputa de 2018.

Para o coordenador da pesquisa, o professor da FGV George Avelino, houve descentralização da verba. “Os gastos aumentaram porque, provavelmente, entrou mais dinheiro via fundo eleitoral e partidário. Mais dinheiro foi distribuído entre os candidatos”.

A comparação é realizada entre as duas últimas eleições porque, em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o financiamento eleitoral por empresas. “No Espírito Santo, os gastos aumentaram porque, provavelmente, o maior financiamento não vinha de empresas, então não sofreu muito”, explica Avelino.

MENOR

O aumento de gastos nas campanhas de deputados federais, segundo o pesquisador, não se reflete nas urnas. “Gastaram mais, mas não necessariamente foram eleitos”, diz o professor. É que, desse aumento, apenas 38% dos gastos totais são parte dos candidatos eleitos. “Número inferior ao da eleição de 2014, quando os gastos dos eleitos totalizava 46%”, diz Avelino.

A taxa é a menor do Espírito Santo desde a eleição de 2002, quando os eleitos gastaram 47% da verba total. O pico aconteceu em 2006, quando 66% foram dos gastos totais foram dos deputados federais eleitos. Desde então, o índice diminuiu e atingiu o menor número na eleição passada.

A participação dos eleitos nos gastos totais também sofreu queda na taxa nacional. Em 2014, foi de 63% e, em 2018, 44%. 

O pesquisador traça o perfil dos prejudicados com a proibição da doação de empresas. “São homens, brancos, com ensino superior, e com certo patrimônio. Configuram um cara mais provável a ter financiamento empresarial”, explica Avelino.

A desigualdade de gastos entre candidatos brancos, negros e pardos também caiu. De acordo com a pesquisa, também houve diminuição na diferença do valor de gastos em relação a gênero. Em 2014, homens gastaram R$ 1,2 bilhão a mais. Na eleição passada, a diferença foi de R$ 550 milhões a mais para os candidatos homens.

A pesquisa aponta, também, a evolução do gasto médio dos candidatos ao cargo de deputado federal eleitos por estado. Em 2014, o gasto médio no Estado foi de R$ 1.091.205. Já, em 2018, o gasto aumentou para R$ 1.218.679 por cargo.

A pesquisa, embora tenha foco nos deputados federais, também traz dados sobre os cargos de deputado estadual, senador, governador e presidente.

O valor médio entre os candidatos a deputado estadual no Brasil, na eleição de 2014, foi de R$ 729,400 mil. Já em 2018, caiu para R$ 308,221 mil. Os que concorriam ao cargo de senador, tiveram gastos médios, em 2014, de R$ 5.761.590. Já, na eleição passada, o valor foi de R$ 1.750.139.

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Os cargos de governador e presidente, aponta o estudo, foram os que mais sofreram com a proibição de doação por parte das empresas. As variações foram, de acordo com a pesquisa, -78.23% e -99.37%, respectivamente.

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