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Despesas com viagens de deputados e senadores do ES somam R$ 460,5 mil

Despesas com viagens de deputados e senadores do ES somam R$ 460,5 mil

A maior parte desse dinheiro, cerca de R$ 356 mil, foi destinada à compra de passagens para a ponte aérea semanal dos deputados federais e senadores entre Brasília e Vitória

Publicado em 5 de julho de 2019 às 01:23

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O senador Marcos do Val em frente ao Capitólio, em Washington, Estados Unidos. (Instagram/Marcos do Val)

 

Entre os benefícios concedidos aos parlamentares que atuam em Brasília está o custeio integral de passagens aéreas, assim como o de diárias em casos de missões especiais. Do início deste ano até junho, o Congresso Nacional já bancou cerca R$ 460,5 mil em viagens para os 13 membros da bancada federal capixaba.

A maior parte desse dinheiro, cerca de R$ 356 mil, foi destinada à compra de passagens para a ponte aérea semanal dos deputados e senadores entre Brasília e Vitória. Esse tipo de gasto é incluso dentro das cotas parlamentares.

Outros R$ 104,4 mil ficam por conta das viagens oficiais, ou seja, momentos em que os deputados e senadores se deslocam para outros Estados ou países como representantes do Congresso. Esse tipo de despesa não faz parte das cotas. Para viajar, o congressista depende do "sim" do Plenário.

Nesse quesito, o campeão de gastos até o momento é o senador Marcos do Val (PPS). Entre o final de abril e o começo de maio, ele foi aos Estados Unidos, onde visitou a capital Washington e o Estado do Texas. De acordo com as informações do Senado Federal, o custo da visita, somando passagens e diárias, foi de R$ 35,3 mil.

No pedido enviado à Mesa Diretora para aprovação da viagem estava a justificativa: "Estreitar os laços de cooperação e amizade entre as nações". Nesse período, Do Val visitou, inclusive, o FBI.

Mas se Marcos do Val ganha em cifras, Josias da Vitória (PPS) ganha em número de viagens. O deputado e líder da bancada federal já partiu em duas missões oficiais este ano. A última ocorreu em junho, quando participou da Conferência Interamericana de Prefeitos e Autoridades Locais, em Miami, nos Estados Unidos. O custo total das viagens: R$ 24.706,50.

Felipe Rigoni participou da "Brazil Conference at Harvard ans MIT", em São Paulo, onde encontrou o apresentador Luciano Huck. (Reprodução/Facebook )

Evair de Melo (PP) esteve na cidade de Nairóbi, no Quênia, em março deste ano para participar da Sessão do Conselho Internacional do Café. O custo total da participação para os cofres públicos brasileiros foi de R$ 13,8 mil. Evair, aliás, é o deputado que mais gastou na conta geral de passagens, tendo destinado R$ 37,9 mil de sua cota parlamentar para a compra dos bilhetes aéreos.

No caso de Felipe Rigoni (PSB) e Helder Salomão (PT), os destinos foram nacionais. Enquanto o socialista participou da Brazil Conference at Harvard ans MIT, em São Paulo, o petista foi para Manaus, no Amazonas, para averiguar a administração do sistema prisional. Os gastos totais foram de R$ 12,7 mil e R$ 3,3 mil, respectivamente.

Apesar de não ter feito nenhuma viagem oficial, a senadora Rose de Freitas (Podemos) está entre os parlamentares que mais gastou com passagens: até agora já foram mais de R$ 67 mil.

Bancada do ES diz que faz economia

A bancada federal capixaba garante que vem somando esforços para reduzir os custos dos mandatos e defende que as despesas registradas até aqui são importantes para a manutenção dos mandatos.

Helder Salomão (PT), por exemplo, justifica-se: "O mandato atua em 65 municípios e exige que o deputado e a assessoria estejam presentes em todas as regiões do Estado". O deputado reforça que seus recursos são usados com "responsabilidade" e "economia".

Sérgio Vidigal (PDT) diz não só que seus gastos estão de acordo com as normas da Câmara dos Deputados, mas também que os recursos usados estão "em consonância" com o número de atividades realizadas pelo deputado, que atua em comissões permanentes, subcomissões e frentes parlamentares.

Evair de Melo (PP) defende que seu nome pode estar à frente do ranking de gastos devido ao fato de alguns parlamentares demorarem para prestar contas. A assessoria da Câmara, no entanto, afirma que os dados estão atualizados.

Em relação às despesas com passagens, a equipe de Evair informa que eles podem ser maiores porque as passagens do deputado são compradas antecipadamente justamente para se obter preços mais baixos.

Felipe Rigoni (PSB) afirma o mesmo. Ele, que atualmente divide os funcionários de seu gabinete com outros dois senadores correligionários para poupar recursos, afirma que tem o objetivo de devolver à Câmara, ao final de seu mandato, cerca de R$ 1 milhão.

O senador Marcos do Val (PPS) diz que os maiores gastos foram registrados nos três primeiros meses de seu mandato, quando "um chefe de gabinete inexperiente controlava as contas". "Quando eu notei os altos gastos com passagens, eu o exonerei e contratei uma pessoa com experiência. Temos conseguido uma economia de 70%", pontua.

O senador quer encontrar um "equilíbrio". "Não posso ser irresponsável com o dinheiro público, mas não posso ser extremamente econômico e não dar resultados."

Soraya Manato (PSL) afirma que a frequente ponte aérea entre Brasília e Vitória gera gastos maiores com passagens. Em contrapartida, ela pontua: "Abri mão de vários benefícios, como verba para viagens no meu Estado, alimentação e combustível".

Amaro Neto diz que tem economizado até 60% de sua cota parlamentar. Ele abriu mão do auxílio-moradia, do uso de linhas telefônicas e custeia por conta própria seu escritório no Estado.

Norma Ayub (DEM) e Lauriete (PL) afirmam que tem compromisso em gastar com responsabilidade. A equipe de Lauriete diz que a economia com cotas foi de R$ 72,3 mil.

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O deputado Ted Conti (PSB) e os senadores Rose de Freitas (Podemos) e Fabiano Contarato (Rede) não responderam à reportagem.

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