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Após advertência de Bolsonaro: Olavo critica 'generais incultos'

Após advertência de Bolsonaro: Olavo critica 'generais incultos'

Na gravação, o ideólogo de direita afirmou que a sua análise sobre a atuação das Forças Armadas no regime militar (1964-1985) é uma "tese histórica absolutamente irrefutável"

Publicado em 23 de abril de 2019 às 22:21

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Olavo de Carvalho é escritor e guru do presidente. (Reprodução/Twitter | Arquivo)

Mesmo após ter sido repreendido pelo presidente Jair Bolsonaro, o escritor Olavo de Carvalho divulgou vídeo nesta terça-feira (23) em que faz novas críticas à classe militar, sobretudo a "generais incultos e presunçosos".

Na gravação, o ideólogo de direita afirmou que a sua análise sobre a atuação das Forças Armadas no regime militar (1964-1985) é uma "tese histórica absolutamente irrefutável" e ressaltou que nenhum egresso de academia militar tem mínima condição de contestá-la.

Na segunda-feira (22), ao ler nota em nome de Bolsonaro, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que as críticas de Olavo à classe militar "não contribuem" com o governo.

"O que digo das Forças Armadas e da sua atuação no regime militar é uma tese histórica absolutamente irrefutável. Não podendo contestá-la, generais incultos e presunçosos tentam reduzi-la a uma conspiração jornalística contra suas augustas pessoas", disse.

Em vídeo anterior, que foi divulgado e depois apagado do canal oficial do presidente, o escritor questionou a contribuição das escolas militares para o país e disse que o regime militar "destruiu os políticos de direita".

Em resposta a ele, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, defendeu as escolas militares e afirmou que o escritor não deve comentar sobre assuntos que desconhece e se limitar à função de astrólogo, área estudada por ele.

"Afirmo categoricamente: nenhum egresso de academia militar tem hoje a mais mínima condição de impugnar a minha análise ou sequer de apreender o alcance histórico do que estou dizendo. Esperneando histericamente contra a verdade histórica, só mostram o quanto é exíguo o seu horizonte de consciência e invencível a sua submissão aos critérios politiqueiros de julgamento", afirmou Olavo.

O escritor disse ainda que burocratas "fardados ou civis" não devem temê-lo, porque ele não pretende ocupar postos no governo e ter "o tipo de prestígio" deles. Ele ressaltou que jamais se rebaixou e não se rebaixará para disputar o que chamou de "supremo valor da existência" daqueles criticados por ele.

"Moldada por vigaristas e analfabetos funcionais, ávidos de poder e de dinheiro, a opinião pública só entende todas as afirmações, especialmente as minhas, como tomadas de posição a favor deste ou daquele grupo. Mesmo as análises que faço de acontecimentos de mais de meio século atrás são reduzidas a fusquinhas e caras feias contra este ou aquele alto funcionário, como se eu estivesse disputando o seu cargo", afirmou.

A troca de críticas entre os seguidores do escritor, os chamados olavistas, e os militares tem ocorrido ocorrido desde o início do governo e levado o presidente a gastar seu capital político para arrefecer a disputa.

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Recentemente, Olavo incentivou o deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP) a apresentar um pedido de impeachment contra Mourão.

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