Navegando na mesma onda digital dos criminosos, investigadores do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc) criaram perfis nas mídias sociais para monitorar suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas.
Para preservar as investigações em curso, o diretor do Denarc, delegado Fabrício Dutra, não informou quantos perfis foram criados e nem detalhou a forma de atuação. Mas, segundo ele, os criminosos estão migrando do Facebook para o Twitter e o Instagram. Assim como os usuários comuns, os bandidos também utilizam as ferramentas da moda.
Cada uma dessas redes tem suas peculiaridades e objetivo de utilização no mundo do crime. No Instagram eles ostentam armas e vida de luxo, por exemplo. Já no Twitter, divulgam agenda de bailes funk e trocam ameaças. Há casos em que eles usam até a Deep Web, que é a internet usada por criminosos virtuais, explica.
Dutra revela que moradores das regiões onde há tráfico também compartilham informações. As redes sociais têm uma rapidez muito grande na difusão das informações e dos vídeos. Isso chega ao conhecimento da polícia, não só a partir do trabalho de inteligência da Secretaria de Segurança, como também dos próprios moradores que não aceitam esses crimes sendo cometidos onde moram.
O Denarc identificou que a internet facilitou o contato de bandidos que, preferencialmente, comercializam drogas sintéticas. De janeiro a março deste ano, foram apreendidos 4.200 comprimidos de ecstasy e 1.500 micropontos de LSD.
As investigações apontam que, através da internet, traficantes do Estado mantêm contato com criminosos de fora que comercializam drogas sintéticas potentes. Nossas apreensões aumentaram em virtude do trabalho que estamos desenvolvendo, afirma Dutra.
O titular do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado José Lopes, diz que as mesmas redes sociais usadas pelos bandidos servem como ferramenta prática na elucidação dos casos. Para Lopes, o modo de atuação dos criminosos tem se modificado com o decorrer do tempo.
Através do nosso serviço de inteligência, podemos adiantar de 60% a 80% dos crimes no quesito investigação. O volume de trabalho aumentou porque o crime modifica, assim como a sociedade. Diante disso, o policial tem que se aperfeiçoar. A gente não pode achar que tudo é policiamento ostensivo, ressalta.
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