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Médico é indiciado por importunação sexual no ES

Médico é indiciado por importunação sexual no ES

O Conselho Regional de Medicina (CRM) investiga o médico, que não tinha registro de clínico geral e cardiologista. Após as acusações de assédio, a Polícia Civil concluiu o inquérito do caso, indiciando o profissional por importunação sexual.

Publicado em 30 de maio de 2019 às 21:28

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Paciente relata ter sido assediada pelo profissional . (Reprodução/TV Gazeta)

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava o médico Allan Kardec Nunes dos Santos, de 54 anos, acusado no último sábado (25) de assédio sexual em um hospital de Vila Velha. Ele foi indiciado por importunação sexual e vai responder em liberdade. Após as acusações, o Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que o profissional não possui registro de clínico geral e cardiologista, especialidades que atendia.  

A primeira acusação veio durante um atendimento a uma universitária no último sábado (25). De acordo com a vitima, em depoimento à polícia, o profissional conversou sobre faculdade dela e quis saber se a mãe da paciente estava em casa naquele dia. Após receber as orientações médicas, a jovem relata que ele a agarrou pelos braços, segurando-a, e a beijou no rosto sem o consentimento. 

A vítima foi para casa e contou para a mãe sobre a atitude do médico. A mãe então voltou ao hospital e chamou a Polícia Militar. Allan kardec negou a acusação e compareceu em seu próprio carro à 2ª Delegacia Regional de Vila Velha, onde foi ouvido e ficou detido até o dia seguinte, quando passou por uma audiência de custódia e foi liberado.

Médico é indiciado por importunação sexual no ES

Após a divulgação do caso, outras mulheres procuraram a polícia afirmando que foram vítimas de abusos do mesmo médico. Umas delas foi uma dona de casa, de 40 anos. “Ele pediu que eu deitasse em uma maca. Eu estava com minha filha de 9 anos. Perguntei se o que eu estava sentindo poderia ser um infarto, porque eu estava com muitas dores e com o coração acelerado. Ele abriu a camisa dele, colocou minha mão no peito dele e pediu para eu sentir como o coração dele também estava acelerado. Eu puxei a mão”, conta.   

Uma aposentada de 53 anos também procurou a polícia para denuncia. “Senti um mal estar, quando dei por mim eu estava com a blusa abaixada e ele apalpando os meus seios”, lembra.

A reportagem tentou contato com o profissional Allan kardec Nunes dos Santos, que não atendeu às ligações.

INQUÉRITO 

A Polícia Civil informou, por nota, que concluiu o inquérito policial do flagrante, realizado no sábado (25), com o indiciamento do suspeito por importunação sexual. O caso foi encaminhado à Justiça.

"A Polícia Civil informa que os casos seguem sob investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Vila Velha, sob siglo. Outras informações não serão repassadas, neste momento, para não atrapalhar as investigações", disse a nota.

REGISTRO

Em entrevista à TV Gazeta, o presidente do CRM, Celso Murad, afirmou que não há no Conselho nenhum registro de que Allan kardec Nunes é especialista como clínico-geral e cardiologista. O CRM já enviou um comunicado ao médico, para que ele se manifeste em no máximo 10 dias, pessoalmente ou por escrito. Além disso, uma sindicância foi instaurada para apurar o caso.  

“Nada disso aparece no CRM. Até porque clínico-geral costuma ser especialista em clínica médica, quando ele não é. Ele não tem registro de nenhuma dessas especialidades”, disse. 

O presidente do Conselho já adiantou que não irá tolerar casos de assédios contra pacientes. “Nós temos tolerância zero para esse tipo de caso. Para haver interdição, tem que ser caracterizado a habitualidade, ele passa a ser um risco social. Então a gente solicita que as pessoas que se sentiram lesadas compareçam ao CRM e façam suas denúncias para que a gente possa consubstanciar o comprovatório desse processo”, completou Murad.

AFASTADO  

 O Hospital São Luiz, no bairro Ibes, em Vila Velha, onde o médico Allan kardec atuava no Pronto-Socorro, disse que o profissional está afastado. Procurada, a administração informou que espera a investigação da polícia para tomar qualquer medida administrativa. 

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