> >
Major que fugiu após acidente em Vitória perde cargo na Casa Militar

Major que fugiu após acidente em Vitória perde cargo na Casa Militar

Major Almir Alves Barbosa da Cruz, 43 anos, apresentava sinais de embriaguez, quando colidiu contra outro veículo em importante avenida da Capital; ele se recusou a fazer o bafômetro e fugiu do local com o veículo da Casa Militar

Publicado em 24 de junho de 2019 às 21:14

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Avenida Dante Michelini, sentido Jardim Camburi, em Vitória, onde major da PM se envolveu e acidente e fugiu do local. (Fernando Madeira | GZ)

O major da Polícia Militar Almir Alves Barbosa da Cruz, 43 anos, perdeu o cargo de assessoria que ocupava na Casa Militar após ter se envolvido em um acidente de trânsito com um carro oficial da corporação na madrugada de quinta-feira (20) na orla da Praia de Camburi, em Jardim da Penha, Vitória.

"A Casa Militar informa que o major Almir Alves Barbosa da Cruz será devolvido aos quadros da Polícia Militar, após se envolver em ocorrência de trânsito com uma viatura oficial, na última quinta-feira. A decisão está prevista para ser publicada no Diário Oficial desta terça-feira (25). As avarias no veículo deverão ser ressarcidas ao Estado pelo policial", diz um trecho da nota enviada pela PM.

O ACIDENTE

De acordo com registro feito pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), na hora do acidente, o major guiava a caminhonete Fiat Toro de placas ORG5G39, cor branca, que pertence à Casa Militar do Espírito Santo. Ele seguia pela Avenida Dante Michelini no sentido Praia do Canto – Jardim Camburi quando colidiu na traseira do veículo modelo Chevrolet Ônix, cor preta, que estava a frente.

Almir apresentava sinais de embriaguez. Contrariando uma determinação do Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM) e da Corregedoria, o major se recusou a fazer o teste do bafômetro, assumiu a direção da caminhonete e deixou o local. Na tarde desta segunda-feira (24), a PM informou que o caso foi registrado como ocorrência de trânsito sem vítima, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

"O major foi multado por se recusar a realizar o teste de alcoolemia e por retirar veículo retido do local de infração, sem a autorização da autoridade competente. A PMES ressalta que todos os fatos serão objetos de apuração em procedimento já instaurado, para adoção das providências administrativas e penais que eventualmente sejam necessárias", informa a corporação. 

PROFESSOR EXPLICA PROCEDIMENTO

O professor de Direito Penal e advogado, Israel Domingos Jorio, explicou que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não faz qualquer distinção de tratamento, independente de quem seja o condutor do veículo. 

"Os policiais que chegaram ao local pedem que o condutor sopre o etilômetro. Diante da recusa, eles podem sugerir que o condutor se submeta a outros testes, como o de sangue. Em caso de nova recusa, podem atestar o estado de embriaguez por sinais como alteração comportamental e na fala, desequilíbrio etc. Podem fazer vídeos", explica o professor.

Segundo o professor, se os policiais responsáveis pela ocorrência concluírem que há condições de embriaguez, o veículo deve ficar retido até que um condutor habilitado e sóbrio o retire. Neste caso, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) também é recolhida. O motorista deve ser multado por se recusar a fazer o teste do bafômetro e autuado por embriaguez ao volante na Delegacia de Polícia.

"O condutor responde pela infração administrativa do art. 165-A do CTB (gravíssima). Sofre processo administrativo que pode culminar com suspensão do direito de dirigir. O condutor é levado à Delegacia para que se lavre o auto de flagrante, pela suposta infração do artigo 306", disse o professor.

Questionada sobre o fato do oficial ter fugido do local sem ter se submetido aos procedimentos que pudessem atestar a ingestão de álcool, a Polícia Militar informou que "quanto ao condutor que desrespeita a determinação de parada ou se retira sem autorização é lavrado o auto infração pertinente de acordo com o CTB". A Polícia Civil informa que o fato será investigado pela Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito.

MAJOR ERA RESPONSÁVEL POR HOMENAGENS NA PM

Publicações do Diário Oficial do Estado do Espírito Santo (DIOES) informam que o major da Polícia Militar, Almir Alves Barbosa da Cruz, 43 anos, ocupava o cargo de assessor da Casa Militar desde o dia 15 de março deste ano.

Desde o último dia 2 de abril, ele ocupava a presidência da Comissão de Avaliação do programa Profissional de Destaque. A portaria da Casa Militar que determina o "Profissional Destaque" especifica que a honraria será concedida anualmente em três datas diferentes. No dia 6 de abril, aniversário da Polícia Militar, no dia 25 de agosto, quando é celebrado o Dia do Soldado, e 28 de outubro, quando se comemora o Dia do Servidor Público.

“O profissional da Casa Militar laureado recebe, visando estimular o desempenho de suas atividades e padronizar as recompensas oferecidas, uma placa comemorativa, elogio funcional e cinco dias de dispensa total do serviço como recompensa, sem prejuízo da escala de serviço extra”, detalha a Polícia Militar.

Em uma portaria publicada no dia 14 de maio deste ano, o major foi nomeado coordenador da Comissão Permanente de Controle Interno/Unidade Executora de Controle Interno (UECI), da Casa Militar. Ele também já exerceu as funções gratificadas de chefe de segurança pessoal e chefe de operações aéreas.

"SE ERROU, PAGA COMO QUALQUER CIDADÃO", DIZ ASSOCIAÇÃO DE OFICIAIS

O presidente da Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes), coronel da Polícia Militar Marcos Aurélio Capita da Silva, destacou que o major Almir Alves Barbosa da Cruz, 43 anos, “tem 25 anos de serviços prestados ao Estado e é um excelente profissional”.

"O Almir é um cidadão do bem. Se houve ocorrência com ele, conforme está sendo divulgado, foi um momento infeliz da vida dele. Com certeza, a Polícia Militar vai apurar os fatos e ele será responsabilizado na medida em que ele errou. Constatada as irregularidades, se realmente havia ingerido bebida alcoólica, e realmente, se em veículo oficial, isso vai ser apurado pela corregedoria de imediato”, disse.

Ele ressaltou que a polícia deverá instaurar uma sindicância. “Tem que considerar que é um profissional com 25 anos de serviço que tem uma ficha limpa, bons serviços prestados ao Estado. Se a pessoa errou, paga, como qualquer cidadão. Seja eu, seja ele, seja você. Se ele necessitar de apoio jurídico, terá, enquanto associado”, afirmou o presidente. 

MAIS DE 200 MOTORISTAS MULTADOS NO FERIADO

Mais de 200 motoristas foram multados durante a Operação Corpus Christi realizada pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar entre quarta-feira (19) a domingo (23) nos municípios da Grande Vitória. A ação contou blitze da Lei Seca, fiscalização sobre o uso do cinto de segurança e cadeirinha nos automóveis, exame de estado de conservação dos veículos, documentação, entre outros.

Durante o feriado foram abordados 557 veículos, confeccionados 276 autos de infração, recolhidas 28 CNHs e 11 documentos de veículos. Ao todo, veículos foram removidos a um pátio credenciado. Dos condutores abordados, foram realizados 326 testes de alcoolemia, sendo que em quatro houve a constatação do uso de bebida alcoólica.

Ocorreram, ainda, 17 autuações por recusa à realização do teste de etilômetro. No mesmo período, o Batalhão de Trânsito registrou 124 acidentes. Não houve mortes. “O objetivo desta operação foi inibir infrações de trânsito e orientar condutores de veículos, passageiros e pedestres, proporcionando assim mais segurança nas vias capixabas”, diz uma nota enviada pela Polícia Militar.

Major que fugiu após acidente em Vitória perde cargo na Casa Militar

 

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais