Um homem de 55 anos foi preso, nesta sexta-feira (19), em Guarapari, no Espírito Santo, suspeito de aplicar golpes oferecendo falsas vagas de emprego. De acordo com a polícia, para garantir a vaga, o suspeito exigia que os candidatos pagassem por cursos de capacitação, que eram falsos. Ele foi autuado pelos crimes de estelionato e falsidade ideológica e levado para o Centro de Detenção Provisória de Guarapari.
De acordo com a polícia, o suspeito estava em Guarapari há cerca de uma semana e meia. Ele chegou a fazer anúncios de empregos em uma rádio da cidade para atrair as vítimas e contratou jovens para atuarem como secretárias.
Sem saber do golpe, elas convidavam pessoas desempregadas para fazer entrevistas de emprego.
Quando a pessoa ia para vaga de pintura, ele informava que tinha um curso de pintura industrial e soldagem. Ele falava que quem participasse desse curso, que era R$ 1,5 mil, ele prometia que a pessoa ia trabalhar embarcada na plataforma. Aí a pessoa dava uma entrada de R$ 500 e fazia o curso de salvatagem, que é necessário para embarcar. No término de uma semana, a pessoa já embarcava. E com um salário de R$ 3,6 mil com a função de pintor industrial, contou uma das secretárias, que não quis se identificar.
De acordo com o delegado Jeferson Wagner Gomes da Silva, o certificado emitido pelo curso tinha vários erros. Ele fazia um curso de duas a três horas de duração e emitia um falso certificado que equivalia a 200 horas. Esse certificado vinha cheio de erros de português e, a partir daí, as pessoas foram suspeitando, explicou.
ESCRITÓRIO
A estrutura do escritório onde aconteciam as entrevistas e os cursos também causaram suspeitas nas funcionárias que recebiam os currículos.
A gente começou a ver que a estrutura no escritório não estava sendo montada com uma base legal, várias divergências de informações, e começamos a desconfiar, até que fomos consultar o CNPJ dele e era tudo mentira, disse a secretária.
Além disso, uma carteira de trabalho chegou a ser assinada por uma empresa de Angra dos Reis, do Rio de Janeiro, que pertence a Everaldo, mas que está inativa. A data de contratação do trabalhador é de janeiro deste ano, sendo que a suposta contratação foi feita em julho.
Pelo menos 10 pessoas procuraram a delegacia de Guarapari para denunciar o golpe do falso emprego. A polícia suspeita que ele tenha aplicado o golpe em mais de 20 pessoas. Ninguém recebeu dinheiro, apenas pagou. E ninguém foi empregado, lamentou o delegado.
A polícia apreendeu documentos, celular do acusado e R$ 2 mil. Na delegacia, o suspeito disse que os cursos eram legais.
Ele afirma que não se tratava de um golpe, que prometia apenas o curso, e não prometia emprego. Mas não soube afirmar a razão pela qual assinava as carteiras de trabalho, completou do delegado.
FRUSTRAÇÃO
Para as vítimas, o sentimento agora é de frustração. Um sonho que foi jogado fora, tempo perdido, uma frustração, vergonha, porque contamos para os familiares que não estávamos mais desempregados. Frustrados, lesados, exaustos, contou a secretária.
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