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Familiares de pastor assassinado na Serra prestam depoimento

Familiares de pastor assassinado na Serra prestam depoimento

O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Sandi Mori, titular da DHPP disse que as investigações sobre o caso estão no início e que não falaria sobre as apurações

Publicado em 26 de junho de 2019 às 00:35

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Fernando Lúcio Pissarra (em destaque) foi assassinado na porta de casa. (Bernardo Coutinho)

Familiares do pastor Fernando Pissarra, 58 anos, prestaram depoimento, na tarde desta terça-feira (25), na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, em Rosário de Fátima, na Serra

O pastor foi assassinado na porta de casa quando se preparava para um culto na igreja próximo de casa no bairro São Judas Tadeu, na Serra, no início da noite do último domingo (23). Ele foi alvo de dois disparos nas costas.

O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Sandi Mori, titular da DHPP disse que as investigações sobre o caso estão no início e que não falaria sobre as apurações.

O CRIME

Fernando Pissarra foi assassinado na porta de casa enquanto se preparava para um culto no bairro São Judas Tadeu, na Serra. O pastor, que também é professor, administrava uma igreja que ele mesmo fundou no bairro - da congregação Assembleia de Deus - há cerca de dez anos.

No domingo, por volta das 18 horas, ele abriu a igreja, ligou todas as luzes e o som, preparando o templo para o culto de domingo, e saiu da igreja para ir em casa vestir o paletó.

A igreja fica praticamente em frente à casa dele, na Rua Santos Pinto, conhecido como Beco dos Pissarras. Ele deu quatro passos e, quando parou bem em próximo ao portão de casa, foi abordado pelo criminoso, que deu dois tiros na vítima.

CRIMINOSO FOI VISTO ANTES

O sobrinho de Fernando, o autônomo Silvestre Fraga Júnior, de 33 anos, contou que moradores da região perceberam o assassino rondando o local minutos antes do crime. Ele ficou um tempo no início da rua, escondido atrás de um caminhão, com uma touca na cabeça, sem tampar o rosto.

Quando o bandido percebeu que o pastor entrou na rua, ele abaixou a touca ninja, se aproximou da residência e ficou escondido em um muro ao lado da igreja. Quando o pastor saiu para colocar o paletó, o criminoso foi atrás e abordou a vítima já atirando.

Silvestre conta que o primeiro tiro não acertou o pastor. Já o segundo e o terceiro acertaram - sendo um nas costas e outro na axila. O pastor ainda tentou correr para dentro de casa após ser baleado. Ele desceu as escadas e abriu a porta da residência, caindo na cozinha, próximo da geladeira.

Os familiares que moram na rua ouviram os tiros e escutaram quando o pastor deu um grito, com a palavra “Jesus”. O cachorro do pastor chegou a correr atrás do assassino. O criminoso fugiu e ainda não foi localizado. Silvestre correu para o quintal e não percebeu o corpo do tio caído na entrada da casa. Quando retornou dos fundos, viu a prima chorando em cima da vítima.

Segundo Silvestre, o pastor ainda estava vivo e foi colocado em um carro e levado para o Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. No caminho, o tio acabou morrendo.

"PASTOR NÃO TINHA INIMIGOS"

A família conta que Fernando Lúcio não tinha inimigos e também não havia relatado ter recebido ameaças ou brigado com alguém. Por isso, o crime é um grande mistério porque, ainda segundo os familiares, o pastor era um homem muito querido na região e fazia o bem. Ele era formado em Pedagogia e Teologia e já deu aulas de educação religiosa. Atualmente ele lecionava para crianças com necessidades especiais.

Pela vida que ele levava, sempre ligado à religião, a família não consegue entender porque iriam querer matá-lo. Silvestre, o sobrinho, não acredita em assalto, apesar da situação, mas imagina que o crime pode ter relação com intolerância religiosa. Apesar de não ter envolvimento com brigas, algumas pessoas implicavam com ele, por ser uma pessoa religiosa.

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