Publicado em 27 de outubro de 2023 às 13:06
Um homem que se passava por investigador da Polícia Civil — usando até colete à prova de balas com o nome dele — foi preso após invadir uma casa no bairro Chácara do Conde, em Vila Velha, na noite de quinta-feira (26). Ele estava acompanhado de um policial militar, que disse estar afastado pelo setor psiquiátrico da corporação. >
De acordo com o boletim de ocorrência, uma equipe de militares tentou abordar homens que estavam no bairro Chácara do Conde. Dois deles correram para uma casa. >
Os agentes foram atrás. Um dos homens, de 29 anos, se identificou e disse que era primo da dona da casa. Com medo, a mulher chegou a confirmar a informação, mas depois o homem confessou que deu nome falso. Ele afirmou que era policial militar e que não tinha parentesco nenhum com os moradores da casa. >
Segundo apuração da repórter Daniela Carla, da TV Gazeta, ele ainda revelou que era soldado e que foi com o amigo até o local para tentar recuperar a moto de um conhecido. Esse soldado estava armado com uma pistola, disse que era usuário de drogas e também contou que está afastado da PM pelo setor de psiquiatria da corporação.>
>
O policial militar também disse que tinha acabado de tomar o revólver de um criminoso de Chácara do Conde. >
O amigo do soldado foi identificado como Everton Jesus de Oliveira, de 35 anos. Com ele foram encontrados um colete à prova de balas, algemas, rádios comunicadores e outros materiais.>
Em nota, a Polícia Civil informou que os dois foram levados à Delegacia Regional de Vila Velha. O falso investigador foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).>
Já o policial militar afastado foi "ouvido e liberado após a autoridade policial entender que não havia elementos suficientes para lavrar auto de prisão em flagrante naquele momento". >
A Polícia Militar foi questionada mas, até a publicação desta reportagem, não deu retorno. >
Após passar por audiência de custódia e deixar o sistema prisional no dia 1º de outubro, segundo a Secretaria de Estado da Justiça, Everton Jesus de Oliveira, entrou em contato com a reportagem de A Gazeta e negou que tenha se passado por investigador da Polícia Civil do ES e deu a própria versão para o ocorrido.>
No contato realizado, ele se apresenta como detetive particular e explicou que estava no local com o policial militar para recuperar uma moto. Ele disse ainda que normalmente trabalha para seguradoras de veículos, que contratam o serviço dele para recuperar e localizar veículos roubados ou furtados. Foi o que teria ocorrido no dia 26 de outubro. >
“No dia do fato, um cliente entrou em contato comigo para recuperar a moto, que, segundo o rastreador, estava em Chácara do Conde. Nos deslocamos até lá e tinham vários elementos [criminosos] na região. Perguntamos se a moto havia passado por lá, eles perguntaram se éramos policiais e nos pediram para levantar nossas blusas. Nessa hora, viaturas passaram pela região e eles se assustaram", explicou.>
Ainda na versão de Everton, o policial militar correu para dentro de uma casa, e ele foi na direção dos outros policiais. Já os suspeitos também correram para diferentes direções. Após a confusão, ele se identificou aos policiais como detetive particular e explicou o que fazia no local. >
Sobre a acusação de que estaria utilizando um colete balístico da PCES, Everton salientou que estava como equipamento, mas com a identificação de investigador particular.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta