Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 20:24
Um tiro, diversas vítimas. Um alvo e quatro feridos. Às 5h30 da manhã desta segunda-feira (28), uma única munição matou a aposentada Dalva Ferreira Lobato, 60 anos, e feriu outras três pessoas, em um ponto de ônibus na entrada do bairro José de Anchieta, na Serra.>
O crime aconteceu em um ponto da BR 101, quando passageiros estavam embarcando e desembarcando do coletivo da linha 829 - Planalto Serrano x Terminal de Carapina. Dois homens em uma moto já chegaram ao local surpreendendo as vítimas. O carona desceu do veículo e abriu fogo no meio da rua.>
Entre as testemunhas do crime e os sobreviventes, o relato é de que apenas um disparo foi ouvido. A informação, inclusive, foi confirmada pelo Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). De acordo com a polícia, a arma usada pelo atirador foi uma espécie de cartucheira. O calibre não foi revelado.>
UMA BALA SÓ>
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O alvo dos criminosos seria um auxiliar de serviços gerais de 18 anos, que seguia para o trabalho. O jovem contou que chegava ao ponto de ônibus, quando viu o atirador descer da moto com a arma na mão. Ele correu e no meio da fuga, ouviu o tiro e sentiu que havia sido atingido. Depois, percebeu o sangue escorrer pela camisa. O rapaz foi ferido na cabeça.>
Desesperado, saiu correndo entre os carros e pediu socorro a um taxista que passava pela rodovia, sem saber que outras três pessoas também tinham sido feridas. Entre elas, a aposentada Dalva, atingida na cabeça e na clavícula. Ela estava em pé, no ponto, quando o disparo foi feito.>
Além dela, uma ajudante de cozinha, de 37 anos, foi ferida no braço, quando estava na escada do coletivo da linha 829, preparando-se para desembarcar. A outra vítima é um homem de 44 anos, atingido nas costas, quando tentava subir no mesmo ônibus.>
Todos os feridos, informa a polícia, foram vítimas dos estilhaços da mesma bala. Um único cartucho contém diversas micro bolas de chumbo, que, disparadas, podem seguir em diferentes direções, que foi o que aconteceu na manhã desta segunda-feira (28).>
A motivação do crime ainda não foi esclarecida pela polícia.>
O SOCORRO>
Dalva não teve tempo de ser socorrida. Ela morreu ainda no local. Já o homem ferido e a ajudante de cozinha foram levados pelo motorista do ônibus para a Unidade de Pronto Atendimento de Carapina e depois transferidos para o Hospital Jayme dos Santos Neves, também na Serra. Onde permanecem em observação.>
Já o jovem de 18 anos, que seria o alvo dos atiradores, foi levado pelo taxista direto para o mesmo hospital onde estão os outros feridos. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado ainda nesta manhã.>
A polícia ainda não tem informações dos criminosos.>
ENTREVISTA>
Ainda meio atordoado do tiro que levou, o auxiliar de serviços gerais de 18 anos esteve no Departamento Médico Legal (DML) para passar por exames. Com a camisa suja de sangue e um curativo na cabeça, ele relatou o susto que passou e afirma que era o alvo dos criminosos.>
Como foi atingido?>
Eu estava caminhando em direção ao ponto de ônibus, quando os dois homens passaram por mim, de moto. Vi quando eles pararam e o carona já desceu com a arma na mão.>
O que fez?>
Comecei a correr. Só quis fugir. Enquanto estava correndo, ouvi o tiro e depois senti um choque na cabeça. Vi o sangue escorrendo na minha camisa. Fiquei desesperado, me enfiei nos meios do carros e pedi ajuda a um taxista que estava passando.>
O que o motorista fez?>
Ficou meio sem saber o que fazer. As pessoas disseram para ele não me socorrer. Mas, graças a Deus ele me socorreu.>
Acredita que você era o alvo deles?>
Era sim. Não foi um assalto. Eles pararam para me matar.>
Imagina o motivo?>
Não faço ideia. Não estava sendo ameaçado e não tenho problemas com ninguém. Não sei mesmo o porque disso.>
Está com medo de voltarem?>
Eu fico com receio sim. Não sei o que pode estar acontecendo.>
Já foi baleado antes?>
Já, no ano novo, virada de 2017/2018. Levei um tiro na mão, em um tiroteio no meu bairro. Estava no meio da rua, chegaram atirando e fui ferido.>
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