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Com escolta da PM, ônibus voltam a circular em Porto Novo e Presidente Médici

Com escolta da PM, ônibus voltam a circular em Porto Novo e Presidente Médici

Até o momento, as aulas na escola Padre Gabriel Roger Maire, em Porto Novo, continuam suspensas

Publicado em 4 de abril de 2018 às 11:30

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Com escolta da PM, ônibus voltam a circular em áreas de Cariacica . (Caíque Verli)

Com escolta de viaturas da Polícia Militar, por volta das 8h da manhã desta quarta-feira (04) os ônibus voltaram a circular nos bairros Porto Novo e Presidente Médici, em Cariacica. Situação diferente da enfrentada por moradores no início do dia, que chegaram a ficar uma hora no ponto de ônibus e precisaram se descolar para a praça de Porto de Santana para pegar um coletivo. Alguns, andaram mais de 20 minutos.

Até o momento, as aulas na escola Padre Gabriel Roger Maire, em Porto Novo, continuam suspensas. Ao tentarem estudar nesta manhã, alunos voltaram para casa. Na tarde de segunda-feira (02), um criminoso foi morto pela polícia durante confronto na região. 

UMA HORA DE ESPERA

A copeira Cirlene de Lima, de 43 anos, ficou com a filha e a neta de 4 meses no ponto de ônibus por pelo menos uma hora. A neta, que está passando mal, teve reação à vacina e está com febre. "O Estado não tem respeito nenhum com a gente. Isso é revoltante", desabafou.

A copeira Cirlene de Lima, de 43 anos, ficou com a filha e a neta de 4 meses no ponto de ônibus. (Caíque Verli)

AUTORES DE DISPAROS IDENTIFICADOS

O tenente-coronel Gomes, comandante da 7ª Companhia da Polícia Militar, informou na manhã desta quarta-feira (04) que a PM vai continuar presente no local, 24 horas, enquanto for necessário. "Nosso objetivo é dar tranquilidade para a população", ressaltou.

Sobre a questão dos ônibus, que não estão circulando pelos bairros Porto Novo e Presidente Médici, o tenente garante que não é por falta de policiamento e que a PM está dando todas as condições para que os coletivos rodem pela região.

Eduardo Lucas dos Santos Oliveira, vulgo Duduzinho ou Dudu; Lucas Siqueira Barbosa, vulgo Rato, e Rafael Amaral da Silva, vulgo Peruquinha. (Polícia Militar)

GVBUS

O Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitana da Grande Vitória (GVBus) confirmou que nove linhas, por conta da insegurança no início da manhã, não estavam circulando nos pontos finais dos bairros. 

Com informações de Caique Verli

ENTENDA O CASO

A violência explodiu na região de Porto de Santana, Cariacica, entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça (3). Um homem morreu durante confronto com a Polícia Militar, e o fato acabou deixando rastro de destruição, tiros, protestos, escolas fechadas e levou o medo para a comunidade com mais de 15 mil moradores.

Em meio a essa onda de terror, uma jovem morreu após ser baleada na cabeça, vítima de bala perdida. Ônibus também deixaram de circular em alguns pontos da região. Barricadas foram montadas e pneus incendiados em pelo menos cinco pontos entre dois bairros.

(Bernardo Coutinho | GZ)

O clima de tensão começou por volta das 17h10 de segunda (2), quando Ricardo Bello Teixeira, 20 anos, morreu após levar cinco tiros, em um confronto com a polícia, em Presidente Médici. Segundo a PM, durante patrulhamento de rotina, policiais se depararam com quatro motocicletas paradas em um local ermo e, após fazer buscas nas proximidades, encontraram quatro homens armados no meio da mata.

Ao perceberem a presença dos PMs, os suspeitos atiraram contra os militares, que revidaram e o jovem acabou morrendo. No local, foram apreendidas drogas e munição. De acordo com a PM, Ricardo possuía passagem por roubo, posse/uso de entorpecente e porte ilegal de arma de fogo.

 

PROTESTOS

À noite, às 20 horas, moradores realizaram um protesto por conta da morte de Ricardo Bello Teixeira. A polícia foi acionada e seguiu para o local. Paralelo a isso, em retaliação à morte do rapaz, traficantes passaram a soltar fogos de artifício e a exibir armas, inclusive metralhadoras, pelas ruas de Presidente Médici.

A polícia foi acionada e então, um segundo confronto teve início e durou até a madrugada, de acordo com moradores. Barricadas foram armadas na tentativa de impedir o acesso da polícia em determinadas ruas e no ponto final do bairro.

Um dos pontos de maior conflito foi na Rua São João, onde pneus foram queimados próximos à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Padre Gabriel Roger Maire, em Porto Novo.

Com marcas de tiros nas paredes, as aulas na Emef, foram suspensas nesta terça (3). Ao todo, 958 alunos da unidade ficaram sem estudar por causa do clima de medo na região. No CMEI Julio Coutinho, que funciona em um prédio anexo ao Caic, as aulas também foram suspensas.

BALA PERDIDA

A estudante Karolaine do Rosário Matos, 18 anos, acompanhava a situação de conflito, na rua, quando foi atingida com um tiro na testa. Era por volta das 21 horas e ela estava numa área conhecida como antigo Morro do Quiabo — bairro Bela Vista — que fica a aproximadamente 300 metros da onde estava acontecendo a confusão.

Karolaine do Rosário Matos. (Facebook)

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Familiares contaram que a estudante tentava voltar para casa e foi atingida, caindo em frente da casa onde ela mora com o padrasto e avó. A jovem foi socorrida pelos próprios familiares, primeiramente para o Pronto Atendimento de Alto Lage e depois para o Hospital São Lucas, onde acabou morrendo na tarde desta terça.

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