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Sem lugar para morrer, moradores de Itapina pedem novas sepulturas

Sem lugar para morrer, moradores de Itapina pedem novas sepulturas

Cemitério do distrito de Colatina está sem espaço para novos túmulos. Prefeitura estuda compra de terreno para aumentar o local

Publicado em 4 de novembro de 2019 às 14:18

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Cemitério de Itapina, em Colatina, no Noroeste do ES. (Reprodução | TV Gazeta Noroeste)

Com quase um século de existência, o Cemitério de Itapina foi o destino de muitas pessoas que faleciam, depois de nascer ou viver no tradicional distrito de Colatina, no Noroeste do Estado. Ao passar dos anos, porém, todas as sepulturas foram sendo ocupadas, e o lugar se esgotou: atualmente, não há espaço para novos túmulos.

Ao todo, são 640 jazigos ocupados ou reservados por famílias locais. Quem não está entre elas, como é o caso da aposentada Laureni Ventura da Silva, fica preocupado. “Nunca sabemos quando Jesus vai nos chamar. Hoje, estou em uma situação que tenho que rezar para ficar viva, porque, se eu morrer, não tem onde me colocarem”, desabafou.

(Da esquerda para a direita) Eva, Elias, Laureni e Lourival: população reclama da situação do cemitério de Itapina. (Reprodução | TV Gazeta Noroeste)

O receio dela representa a aflição vivida por toda a comunidade há anos. “Estamos falando pela população: é difícil não ter mais lugar para enterrar as pessoas. Quando os nossos entes queridos morrerem, para onde vão? É uma preocupação antiga e que ainda não teve solução”, comentou o pescador Elias Correira de Mello.

De acordo com os moradores de Itapina, a ampliação do cemitério é pedida desde 2013. “Já fizemos abaixo-assinado e já tenho dois protocolos na Prefeitura de Colatina. Já tivemos reuniões também e ouvimos apenas que eles viriam aqui conversar conosco e tentar resolver; mas, até hoje, só ficou na promessa”, contou o autônomo Lourival Machado.

AQUI JAZ UMA CAPELA MORTUÁRIA

Assim como o cemitério, a capela mortuária de Itapina também clama por atenção do poder público. Construída há 30 anos, ela apresenta problemas por todos os lados: a janela não abre, a tomada está solta e com os fios expostos, o banheiro está sem água, a iluminação é inexistente e parte do reboco do teto já caiu.

A falta de manutenção é nítida na capela mortuária de Itapina, no Noroeste do Estado(Reprodução | TV Gazeta Noroeste)

A mãe da pescadora Eva Maria Santos de Mello quer ser velada no local, mas a filha teme ser impossível realizar o desejo da idosa de 87 anos. “Como vou fazer isso, se o espaço oferece risco para as pessoas? Eu vivo aqui há mais de 60 anos e ver chegar nesse ponto é muito triste. Se tivessem um pouco de zelo, não estaria assim”, disse.

PROBLEMAS SERÃO SOLUCIONADOS?

Em nota, a Prefeitura de Colatina afirmou que está em negociação para efetuar a compra de uma parte do terreno que fica ao lado do cemitério de Itapina, mas não deu nenhuma previsão de quando será possível fazer a ampliação. Além disso, também informou que, caso seja necessário, os sepultamentos serão feitos em outros cemitérios municipais.

Cemitério de Itapina, em Colatina, no Noroeste do ES. (Reprodução | TV Gazeta Noroeste)

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Já em relação à manutenção da capela mortuária, que também é solicitada há anos pela população, a Prefeitura de Colatina garantiu que realizará uma reforma no próximo ano.

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