Desde a tarde desta sexta-feira (13), um grupo de pescadores bloqueia a linha férrea na Barra do Riacho, em Aracruz, no Norte do Estado. Segundo os manifestantes, a interdição do espaço por onde passa o trem da Vale é motivada pelo não pagamento de indenizações e auxílios prometidos à categoria, após o rompimento da barragem de Mariana (MG), em novembro de 2015.
Isso já tem quatro anos. É revoltante! Tem gente passando por necessidade. Eu, por exemplo, tenho toda a documentação que comprova que era pescador quando esse crime aconteceu e, mesmo assim, não recebi nenhuma ajuda. Estamos completamente desamparados. A Fundação Renova está enrolando a gente, desabafou o pescador Cleomar Muniz Matos.
De acordo com ele, participam da interdição cerca de 40 pescadores da região. Fizemos bloqueio com madeira e estamos sentados lá. Não destruímos o patrimônio de ninguém, só estamos reivindicando os nossos direitos. Vamos passar a noite toda por lá e só sairemos quando tivermos uma solução, garantiu o pescador.
Desde a última segunda-feira (9), alguns dos pescadores de Barra do Riacho, que participam da interdição da estrada de ferro, acampavam no escritório da Fundação Renova, no Centro de Aracruz. Na semana passada, a entidade teria prometido um acordo, que de acordo com os pescadores não foi cumprido. O fato motivou a ocupação do espaço por aproximadamente 25 pessoas.
Começamos os protestos na outra quinta-feira (5). Fomos ao escritório com cartazes, fizemos uma manifestação e o representante da Renova disse que nos faria uma proposta nessa segunda-feira (09). Mas eles enrolaram a gente, não nos deram atenção. Por isso, fechamos o local. Estamos cansados de esperar, contou Matos.
Em nota, a Fundação Renova esclarece que considera legítima qualquer manifestação popular, coletiva ou individual e reafirma que possui o diálogo como prática norteadora de suas ações. Representantes da Fundação estiveram em Aracruz desde o início das manifestações e realizou atendimentos individuais e coletivos aos manifestantes.
"A Fundação Renova informa que, até o dia 31 de outubro de 2019, cerca de 4,8 mil pescadores no Espírito Santo foram reconhecidos como elegíveis aos programas de Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) e Indenização Mediada (PIM). Ao todo, foram desembolsados R$ 663 milhões entre indenizações e auxílio financeiro para esta categoria".
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