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Caso de Linhares é pior que o de Isabella Nardoni, afirma chefe da PC

Caso de Linhares é pior que o de Isabella Nardoni, afirma chefe da PC

O delegado André Jaretta Ardison disse que o pastor estuprou o próprio filho e o enteado antes de agredir e atear fogo nas duas crianças

Publicado em 23 de maio de 2018 às 15:34

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O delegado-chefe da Polícia Civil, Guilherme Daré, comentou o andamento das investigações do caso. (Samira Ferreira/Arquivo)

O Delegado Geral da Polícia Civil, Guilherme Daré, afirmou à TV Gazeta que o caso dos irmãos mortos no Espírito Santo é pior que o caso Isabella Nardoni, assassinada pelo pai e pela madrasta em 2008. O pai de Isabella, Alexandre Nardoni, foi condenado a 30 anos, 2 meses e 20 dias. Ana Carolina Jatobá, a madrasta, foi condenada a 26 anos e 8 meses.

"A polícia fecha mais um ciclo de crimes graves que ocorreram na sociedade durante o ano passado e esse ano. Caso Tainá, Caso Milena, acidentes que aconteceram na BR 101 e BR 262. A PC com eficiência mostra para a sociedade o trabalho desenvolvido em conjunto", destacou. "O pastor se comportou com frieza, ele assassinou o próprio filho, violentou sexualmente o próprio filho, tacou fogo no corpo da criança, carbonizou e viu o filho chorando. E depois, de forma dissimulada e doentia, tenta induzir a polícia de que aquilo não ocorreu. A polícia começou a perceber que algo estava estranho seis dias após o crime por conta dos relatos apresentados", contou o delegado Guilherme Daré.

Após a Rede Gazeta publicar em primeira mão que a polícia concluiu que o pastor George Alves matou o filho Joaquim, de 3 anos, e o enteado Kauã, de 6 anos, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) detalhou o caso.

O delegado André Jaretta Ardison, da força-tarefa que investiga a tragédia em Linhares afirmou, na manhã desta quarta-feira (23), que o pastor George Alves estuprou o próprio filho, Joaquim Alves Salles, de 3 anos, e o enteado, Kauã Salles Butkovsky, 6, antes de agredir e atear fogo nas duas crianças no dia 21 de abril, na casa onde a família morava em Linhares, no Norte do Estado.

"Ele molestou as duas crianças. Isso é demonstrado tecnicamente pelo encontro (no corpo das crianças) de uma substância denominada PSA, que é encontrada no sêmen humano. Essa substância foi encontrada no orifício anal das duas crianças. Essa substância não poderia estar naquele local a não ser por um fator externo", afirmou o delegado.

A substância PSA é produzida pela próstata, o que comprova, segundo o delegado, que houve estupro. O delegado reforçou que a polícia traçou uma concatenação de como ocorreram os fatos, que chocaram a todos os envolvidos na investigação por "tamanha crueldade" do crime.

"Ele agrediu as crianças. Foi encontrado vestígio de sangue no boxe do banheiro, que um exame comprovou ser de Joaquim, seu filho biológico. Com as crianças vivas, porém desacordadas, ele as levou para a cama, utilizou um combustível derivado de petróleo e ateou fogo nelas e no local, fazendo com que elas fossem mortas pelo calor do fogo. Elas foram mortas pelo fogo. O exame comprova que elas foram mortas carbonizadas. Ambas tinham fuligem na traquéia, o que indica que elas respiravam a fumaça do incêndio", detalhou o delegado André Jaretta.

CASO NARDONI

Neste ano completam dez anos da morte de Isabella Nardoni. A menina foi asfixiada e espancada antes de ser jogada do sexto andar do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo. O pai e a madrasta culparam uma terceira pessoa de ter jogado a menina, mas foram encontrados indícios na tela de proteção e de sangue na roupa de Alexandre.

A defesa de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella Nardoni - assassinada em março de 2008 -, entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o casal tenha a pena reduzida.

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O advogado Roberto Podval diz que a sentença do juiz Maurício Fossem, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), foi "exagerada e desproporcional". Podval argumenta que a a comoção da mídia em torno do caso influenciou na pena imposta ao casal Nardoni.

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