O canal do Rio Pequeno, construído em Linhares no começo do ano passado para dar vazão à cheia da Lagoa Juparanã, foi fechado pela Fundação Renova na madrugada desta segunda-feira (31) por conta das fortes chuvas que atingiram o município nos últimos dias.
No entanto, moradores da região ficaram insatisfeitos com o fechamento do canal. A preocupação dos ribeirinhos e dos produtores rurais é que a água da lagoa volte a inundar casas e pastos, como já aconteceu em outras ocasiões.
A construção do canal foi realizada pela Renova depois que a lagoa (que deságua no Rio Pequeno) ganhou nível e ficou represada por conta da barragem que impede que a água do Rio Doce, que está contaminada com rejeitos de minério da Samarco, invada o outro rio.
A abertura do canal aconteceu em abril do ano passado. Em setembro, uma nova obra foi realizada para ampliá-lo. Na ocasião, 56 famílias que moram no entorno deixaram suas casas por motivos de segurança e o tráfego na ponte funcionou no esquema pare e siga. A vazão da água da lagoa para o Rio Pequeno pelo canal passou de 15 metros cúbicos por segundo para 100 metros cúbicos por segundo.
O QUE DIZ A RENOVA
Procurada, a Fundação Renova explicou, por nota, que o objetivo do fechamento do canal é impedir o contato das águas das lagoas da região com o rio Doce, que teve seu nível elevado por causa das fortes chuvas, cumprindo a decisão judicial de 2015.
Uma decisão judicial de 2015, logo após o rompimento da barragem de Fundão, determinou a construção de um barramento emergencial para impedir que os rejeitos de minério chegassem à Lagoa Juparanã. O canal que liga a lagoa Juparanã ao rio Pequeno foi construído em 2018 para reduzir o nível da água na lagoa, diz a nota.
Além disso, a Renova garante que tomou todas as medidas de segurança para o fechamento do canal, que ficará fechado até o nível do Rio Doce voltar a baixar. Também destacou que, apesar das chuvas intensas na região, não há risco de alagamento para as residências da avenida Beira Rio, em Linhares, que ficam a jusante (rio abaixo) do barramento, assim como para as residências da comunidade de Patrimônio da Lagoa, em Sooretama, a montante (acima) do barramento.
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