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Marechal Floriano tem rastro de sujeira e locais sem água após enchente

Marechal Floriano tem rastro de sujeira e locais sem água após enchente

Moradores e comerciantes contam que essa foi uma das piores enchentes já enfrentadas pelo município. Nesta terça (03), população tentava limpar a sujeira deixada pela chuva

Publicado em 3 de março de 2020 às 14:21

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O pedreiro Delcimar Lemkeglike, de 40 anos, teve a casa invadida pela água. (Vitor Jubini)

A chuva forte que caiu na madrugada de domingo para segunda-feira (02) no município de Marechal Floriano, na Região Serrana do Espírito Santo, foi responsável por uma das piores enchentes já enfrentadas por moradores e comerciantes da cidade. A água subiu rápido, invadiu casas e estabelecimentos, e deixou um rastro de lama pelas ruas.

Nesta terça-feira (03), muitos estabelecimentos no Centro do município ainda estão fechados e comerciantes trabalham na limpeza das lojas. A Rua Clara Endlich foi uma das mais atingidas pelo alagamento causado pelo Rio Jucu Braço Sul  e Córrego Batatal. 

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A água subiu mais de um metro. Perdi o armário da cozinha, cama, molhou guarda-roupa. Não estou conseguindo dormir aqui desse jeito, estou dormindo na casa da minha irmã. A enchente mais pesada que eu vi foi essa, mas sempre tem enchente aqui. A água veio numa rapidez tão grande que não deu tempo de a gente subir quase nada. Foi rápido demais.

Arani Silva dos Santos, 63 anos
Aposentada
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Gerente de uma gráfica, Lucas Roncheti, de 27 anos, chegou ao local de trabalho na madrugada de segunda-feira (02), antes de a água invadir o estabelecimento e conseguiu proteger todos os equipamentos. Ainda assim, nesta segunda (02) a gráfica não abriu.

"Entrou uns 20 cm de água no fundo da gráfica. Cheguei por volta de 1h da manhã, a água ainda não tinha entrado, mas já estava na porta. Por volta de 2 horas já estava invadindo tudo lá dentro, mas deu tempo de a gente levantar tudo. Ontem ficamos por conta da limpeza, tiramos muita lama daqui de dentro", contou.

Já a Vanda Barros Duarte Ribeiro, de 46 anos, proprietária de um restaurante no Centro da cidade, só conseguiu chegar ao estabelecimento na manhã de segunda-feira (02), e encontrou o local já tomado pela água. "Por volta de 2h da manhã a água chegou aqui. Quando cheguei, por volta de 6 horas, a água já tinha tomado todo o salão. Ontem só limpei, e não atendi os clientes. Não tinha como trabalhar. Hoje, graças a Deus, voltamos ao normal", afirma Vanda.

RIO FUNDO TRANSBORDOU

A comunidade de Rio Fundo, no interior de Marechal Floriano, foi uma das que mais sofreram com a chuva. O pedreiro Delcimar Lemkeglike, de 40 anos, disse que a água começou a invadir a casa às 8h da manhã. Ele e os pais, que moram na mesma casa, começaram a levar tudo para o segundo andar. Ele disse que a água do Rio Fundo, que fica atrás da sua residência, transbordou e atingiu cerca de 30 centímetros de altura da casa. 

Vinícius Tesch mostra plantação de alface perdida, em Marechal Floriano. (Vitor Jubini)
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Há anos não tinha uma chuva nessa proporção na região. Os vizinhos tiveram que vir e ajudar a colocar as coisas para cima e também levar para o segundo andar.

Delcimar Lemkeglike
Pedreiro
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AGRICULTURA

O prejuízo também foi grande para quem vive da agricultura. O lavrador José Maria Tesch, 53, perdeu cerca de 80%da plantação de verdura. Ele contou que a região sempre tem problemas com a chuva, mas dessa vez a situação foi bem pior. "Tivemos prejuízo com a plantação, terei que refazer tudo porque as que estão aqui murcharam tudo, como couve, alface, agrião. Terei que recomeçar", destacou.

PARTE DA CIDADE ESTÁ SEM ÁGUA

João Cabral, presidente da Câmara de Vereadores de Marechal Floriano. (Vitor Jubini)

Após a chuva, alguns pontos da cidade ainda estão sem água. A Câmara de Vereadores do município também foi atingida pela chuva e não tem previsão de voltar a funcionar. O local está sem água e sem energia elétrica.

"Não temos previsão para voltar. No momento estamos sem água na cidade. Toda vez que acontece isso (enchente), nossa captação entope e a comunidade quer lavar as residências, os estabelecimentos, e não consegue. A Câmara está passando por esse problema também. Estamos sem luz e sem água", contou o vereador João Cabral Rodrigues Canceglieri.

Câmara de vereadores de Marechal Floriano foi atingida pela chuva(Vitor Jubini)

Ainda de acordo com Canceglieri, a Câmara perdeu móveis e cerca de 500 livros pertencentes a biblioteca do local. "Aqui a água começou a chegar por volta de meia noite de domingo para segunda, e subiu muito rápido. Armário, mesa, a parte elétrica foi danificada. Ainda não conseguimos calcular, o prejuízo foi muito grande. Muitos itens foram danificados. Perdemos muitos livros da biblioteca, pelo menos uns 500 livros", afirmou.

RIO ACIMA DO NÍVEL NORMAL

Segundo informações da Prefeitura de Marechal Floriano, o Rio Jucu Braço Sul está dois metros acima do nível normal. A prefeitura está nas ruas realizando a limpeza do município. A cidade tem 20 pessoas desabrigadas, acomodadas pela prefeitura no Centro de Convenções, no bairro Santa Rita.

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