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Unidades de saúde terão que informar déficit de médicos em Vitória

Unidades de saúde terão que informar déficit de médicos em Vitória

Lei promulgada pela Câmara determina que esses dados sejam divulgados em local visível para a população, podendo ser em telão eletrônico ou então cartaz

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 21:24

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Pronto Atendimento da Praia do Suá: Lei determina que unidades de saúde divulgue déficit de médicos. (José Carlos Schaeffer)

As unidades de saúde, os prontos-atendimento e os centros de especialidade de Vitória terão que divulgar o déficit de médicos para os pacientes, ou seja quantos desses profissionais estão em falta nesses locais.

Isso porque a Câmara de Vitória promulgou no início desta semana a lei 9550/2019, que torna obrigatória essa divulgação. A lei, de autoria do vereador Davi Esmael, entrará em vigor dentro do prazo de 180 dias.

Unidades de saúde terão que informar déficit de médicos em Vitória

O texto promulgado determina que esses dados sejam divulgados em local visível para a população, podendo ser em telão eletrônico ou então cartaz. A informação do déficit deve ser atualizada de seis em seis meses.

A lei foi promulgada pelo presidente da Câmara Municipal de Vitória, Cléber Félix, porque a Prefeitura de Vitória não sancionou ou vetou a matéria dentro do prazo legislativo.

Na justificativa ao apresentar o projeto que deu origem à lei, o vereador afirmou que é obrigação dos órgãos públicos, entre eles a Prefeitura, dar publicidade aos seus atos.

A reportagem do Gazeta Online procurou a Prefeitura de Vitória para comentar o assunto. Através de nota enviada, a prefeitura limitou-se a dizer que a Procuradoria Geral do Município (PGM) vai tomar as providências jurídicas e administrativas cabíveis. Questionada, a prefeitura não respondeu quais seriam essas providências. Também não respondeu se e quando vai cumprir o que determina a lei.

A lei foi elogiada pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Otto Baptista. Para o representante da categoria, essa publicidade é uma utilidade pública.

"De posse dessas informações, se aquela unidade tiver com déficit de um médico, dois médicos, o paciente vai cobrar do secretário de saúde e do prefeito e não do médico. Acredito que essa lei foi aprovada para tornar públicas essas informações e para que o gestor se vire para resolver", comenta.

Otto pontua que mostrar o déficit não prejudica a categoria dos médicos, diferente, segundo ele, da lei que estabelecia a instalação de telas eletrônicas em prontos-atendimento que informavam aos pacientes os nomes dos médicos do plantão, quantos deles estão atendendo e qual o tempo de intervalo.

"Esse tipo de exposição era criminoso, com nome, registro do médico e tempo de atendimento. Agora, informar o déficit de médicos não depõe contra o médico, não expõe o médico, que não é o responsável pelo problema do déficit", ressalta o presidente do sindicato.

A Prefeitura chegou a instalar as telas eletrônicas com os nomes dos médicos, cumprindo o que foi determinado por uma lei que também foi promulgada pela Câmara de Vereadores. No entanto, a Justiça Federal determinou a retirada dos telões, atendendo a um pedido do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo.

A categoria dos médicos alegava que exibir nome de médico e tempo de consulta poderia gerar confusão entre os pacientes, que muitas vezes não compreendem que os atendimentos podem variar de duração conforme a gravidade, e que isso poderia colocar em risco a integridade física dos profissionais que atuam nas unidades.

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