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Um veículo é roubado ou furtado por hora no Espírito Santo

Um veículo é roubado ou furtado por hora no Espírito Santo

Somente em 2018, foram 8.848 registros, segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesp)

Publicado em 10 de abril de 2019 às 23:56

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O motorista de aplicativo Marcos Antonio do Nascimento Junior teve o carro roubado em novembro do ano passado . (Carlos Alberto Silva )

A cada hora uma pessoa tem o veículo roubado ou furtado no Espírito Santo. Somente em 2018 foram 8.848 registros, segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).

O número do último ano supera as estatísticas de 2015 (6.727) e 2016 (7.315). Já 2017 teve um índice maior, chegando a 11.366 ocorrências, mas é preciso pontuar que a greve da Polícia Militar, em fevereiro daquele ano, gerou uma crise na segurança pública do Estado na época.

Os dados da Sesp mostram que, apesar do aumento entre os anos, a tendência foi de queda ao longo dos meses de 2018, ou seja, houve um número alto de veículos levados por bandidos nos primeiros meses e nos últimos houve redução na quantidade. A Serra lidera o ranking com 2.017 veículos roubados ou furtados no Estado. Em segundo lugar está Vila Velha, seguido de Cariacica, Vitória e Cachoeiro de Itapemirim.

O motorista de aplicativo Marcos Antonio do Nascimento Junior, 30, faz parte da estatística. Ele teve um carro roubado em novembro do ano passado. Marcos conta que deixou um passageiro em Campo Grande, Cariacica, quando foi abordado por dois homens armados. Os bandidos entraram no carro e o expulsaram do veículo ameaçando matá-lo.

A Polícia Militar encontrou o veículo 30 dias depois em Vale Encantado, Vila Velha. No entanto, o carro teve perda total, e ele precisou investir em outro. “A gente fica sem reação e pensa no pior. Só pedia para eles terem calma na hora do roubo”, relata.

RECUPERAÇÃO

O titular da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos, delegado Ícaro Ruginski, considera o número de furtos e roubos alto no Estado. No entanto, ressalta que os dados apresentaram queda nos últimos meses de 2018 em todo o Espírito Santo.

Ele acrescenta que existe um trabalho integrado das polícias Civil e Militar com as prefeituras para reduzir esses índices. “Estamos investindo mais em inteligência e o foco das operações tem sido em oficinas de desmanche de veículos, na prisão de despachante envolvido na adulteração de placas de carros roubados e no autor do furto e roubo”, explicou.

Ele acrescenta que a delegacia também atua na recuperação desses veículos e, somente em 2018, foram 5.707 veículos encontrados, ou seja, 64,5% do total. “Esses números refletem bem a realidade porque esse tipo de crime não é subnotificado, ou seja, as pessoas não deixam de realizar boletim de ocorrência do furto e roubo de carro e moto”, disse.

Para o professor do mestrado de Segurança Pública da UVV Pablo Lira é perceptível uma tendência de aumento nos dados de roubo últimos anos. Ele destaca que o ano de 2017 é um ponto fora da curva, devido a greve da polícia Militar que elevou muito os números em fevereiro daquele ano.

Ele ressaltou que esses veículos são muita vezes usados para que sejam cometidos outros crimes, como arrombamentos e homicídios. “Carros roubado utilizado em arrombamento é uma modalidade de crime que têm crescido desde a greve da PM.”

O delegado salienta que o trabalho integrado da Polícia Militar com a Polícia Civil tem contribuído para que os carros sejam recuperados. “Além disso, é preciso reforçar a atuação das guardas municipais nessa atuação conjunta, além de investir mais em tecnologia. Através do cerco eletrônico instalado em Vitória muitos veículos roubados conseguiram ser identificados e recuperados”, pontuou.

ALTO RIO NOVO

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O único município que não teve nenhuma ocorrência em 2018 foi Alto Rio Novo, na região Noroeste do Estado. O titular na Delegacia da cidade, delegado João Seidel Júnior, esclarece que o local tem várias características que contribuíram com esse resultado. “É uma cidade bem interiorana e a criminalidade por si só é baixa. Não há um trabalho específico voltado ao assunto, mas a Polícia Militar faz seu trabalho preventivo. E sempre trocamos informações com eles, mantendo uma integração”, disse.

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