Publicado em 5 de abril de 2019 às 13:21
Membros do Ministério da Saúde, do Governo do Estado e da Prefeitura de Vila Velha se reuniram pela primeira vez nesta sexta-feira (5) para tratar sobre o surto de gastroenterite que afetou uma creche particular de Vila Velha.Desde as primeiras notificações sobre o problema, 22 pessoas apresentaram sintomas de infecção, como febre e diarreia. Um aluno da creche morreu após passar dois dias internado. >
Após uma reunião com pouco mais de duas horas de duração pela manhã, o grupo se reúne mais uma vez durante a tarde. A previsão é para que, durante a tarde, aconteça uma visita técnica a creche, no bairro Praia da Costa.>
Quatro técnicos do Ministério da Saúde vieram de Brasília e chegaram ao Espírito Santo nesta quinta-feira e ficarão no estado pelo tempo que for necessário. O pedido para a participação de técnicos do Ministério da Saúde na apuração do caso aconteceu porque a prefeitura da cidade constatou que a a bactéria encontrada era um caso raro e agressivo.>
As amostras de água analisadas mostraram que bactéria E.coli produz uma toxina que em humanos provoca anemia, destrói hemácias e plaquetas, podendo levar à insuficiência renal, convulsão e lesão cerebral.>
>
O objetivo do grupo é investigar as causas do surto gastroenterite e também elaborar uma nota técnica com orientações à sociedade, as instituições e aos familiares das crianças da creche. O grupo pretende esclarecer as etapas necessárias para a interrupção da transmissão do surto.>
No grupo de aproximadamente 15 integrantes estavam o gerente da Vigilância em Saúde do Estado, Romildo Andrade; o coordenador-geral do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen), Rodrigo Rodrigues; e o secretário de saúde de Vila Velha, Jarbas Ribeiro de Assis Júnior.>
Nenhum dos participantes da reunião gravou entrevista. A previsão é para que aconteça um pronunciamento após a finalização dos trabalhados, ainda na tarde desta sexta-feira.>
PROTESTO DOS PAIS>
Na manhã desta sexta-feira, pais de alunos da creche colocaram uma faixa na fachada da instituição. Os responsáveis pelas crianças afirmam que não estão recebendo a devida atenção da prefeitura da cidade. Os pais também reclamam de uma suposta discriminação sofridas por alunos da creche, que não estariam sendo aceitos em outras creches da cidade.>
Com informações de Eduardo Dias>
NOVA PERÍCIA >
>
Peritos da Polícia Civil retornaram no final da manhã desta quinta (04) à creche particular na Praia da Costa, em Vila Velha, onde é investigado um surto de infecção intestinal. Na última terça-feira, dia 2, peritos e agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deixaram o local após seis horas dentro da unidade de ensino.>
Naquela ocasião, a perícia analisou a área do chafariz, salas de aula e coletou diversos objetos como brinquedos e roupas de cama de bebês, que estavam em sacolas. A perícia foi motivada pela morte de um dos alunos da creche, um menino de 2 anos, que teve morte cerebral declarada em 27 de março. A intenção dos investigadores é saber se houve negligência por parte dos proprietários.>
HIDRÁULICA>
Também foram à creche ontem engenheiros da Prefeitura de Vila Velha e técnicos da Secretaria de Saúde. Eles avaliam o projeto hidráulico da creche para averiguar se há uma relação entre a água consumida na unidade com a que era usada na área onde os proprietários fabricavam cerveja o local ficava atrás da instituição, separado por um portão.>
Segundo a Polícia Civil, o prazo para que os laudos periciais sejam concluídos é de, no mínimo, 20 dias.>
QUEBRA-CABEÇA>
O coordenador do Laboratório Central da Saúde Pública (Lacen), Rodrigo Rodrigues, no entanto, diz que ainda há muitos testes a serem feitos antes que seja possível dizer exatamente o que causou o surto. Estamos montando um grande quebra-cabeça, mas não temos como saber quando essa investigação vai terminar. No laboratório, estamos tentando acelerar ao máximo os processos, afirma.>
Ainda segundo Rodrigues, não é possível dizer se a bactéria encontrada nas amostras de duas crianças a E.coli enterohemorragica está presente em algum outro local da creche. Mas ele diz que algumas amostras já deram negativo para essa bactéria como a da água da Cesan; a água e comida do quiosque onde duas crianças afetadas lancharam antes do surto; e carne de boi, de frango e outros alimentos coletados na instituição.>
Até o momento, na creche, foi encontrada E.coli (ainda sem tipo específico identificado) na torneira de uma área onde era produzida cerveja, e coliformes totais na água do chafariz, onde as crianças brincavam.>
BACTÉRIA EM DUAS CRIANÇAS>
E.coli Enterohemorrágica>
O que é>
É uma bactéria que ataca o intestino e provoca diarreias com sangue. Ela ainda secreta uma toxina, conhecida como Shiga, que atinge ainda rins e cérebro, podendo levar à morte.>
Onde vive>
A bactéria vive normalmente no intestino de animais, especialmente bovinos. A contaminação ocorre por ingestão de comida ou água contaminadas com as fezes desses animais.>
Gravidade>
A toxina produzida pela bactéria provoca Síndrome Hemolítico-Urêmica, que é considerava perigosa, principalmente para crianças. Estudos estimam que entre 10% e 15% dos infectados evoluem para essa forma mais grave.>
>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta