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Procon apura vídeo de balança de supermercado no ES; empresa nega fraude

Procon apura vídeo de balança de supermercado no ES; empresa nega fraude

Vídeo de bandejas de queijo sendo pesadas, em supermercado de Jardim da Penha, viralizou: "Roubando o cliente na cara dura". Empresa estudar processar responsável pela gravação

Publicado em 3 de novembro de 2019 às 23:52

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Cenas de vídeo em que consumidor denuncia erro em balanças de supermercado na Grande Vitória. (Reprodução / Instagram)

A fiscalização do Procon estadual vai analisar o conteúdo de um vídeo gravado dentro do supermercado Carone de Jardim da Penha, em Vitória, e que mostra uma balança indicando pesos diferentes dos que estavam registrados em bandejas de queijo e mortadela.

A gravação, feita no início da tarde de sábado (2), foi publicada no Instagram e viralizou nas demais redes sociais em grupos de conteúdos relacionados ao Espírito Santo. O supermercado rechaça ter cometido fraude, diz que pode ter havido algum erro no procedimento e estuda processar o responsável pela publicação. Ele disse que a loja estava "roubando o cliente na cara dura".

O vídeo foi feito pelo professor Renato Santos. Morador de Jardim da Penha e frequentador do Carone há 11 anos, ele foi ao supermercado comprar queijo para uma receita de filé mignon com gorgonzola dentro do pão italiano, e decidiu pesar o produto que compraria.

"Eu avisei ao gerente. Falei o que estava acontecendo e ele começou a retirar os queijos. Eu pedi 200 gramas, ele foi lá dentro, pesou de novos e trouxe o certo. O que fiquei chateado é que enquanto ele tirava ele viu gente comprando do lado dele e não falou nada", disse.

No vídeo que viralizou, Renato coloca sobre uma balança do açougue do supermercado três bandejas de frios e uma de mortadela. Em todas elas, o peso que aparece no visor do equipamento é menor do que os anotados nas respectivas etiquetas.

"Carone metendo a mão no cliente (...) Vamos fazer o teste aqui (...) Roubando o cliente na cara dura, pouca vergonha", narra o professor, conforme o vídeo viral.

A direção do supermercado afirma que pode ter ocorrido algum simples problema de configuração na balança, o que não quer dizer que os produtos estavam sendo vendidos de maneira irregular.

William Carone, um dos diretores da empresa, explicou que as balanças usadas na loja são equipamentos modernos e aceitam diversas configurações diferentes, que podem ser facilmente trocadas pressionando poucos botões.

Os frios que vão para as bandejas são pesados, conta o diretor, dentro do frigorífico, em sala específica, com temperatura e materiais padronizados. 

"Estamos há 40 anos no mercado capixaba. Quem está aqui nesse período nunca viu o Carone envolvido em nenhum problema referente a isso, a sonegação fiscal ou o que quer que seja. O maior patrimônio do Carone é o cliente, não é a loja, não é a estrutura física. Uma rede do tamanho do Carone vai querer roubar 148 gramas, centavos, do cliente?", pontuou o empresário.

Ele considerou a publicação, feita antes de qualquer explicação formal por parte da gerência do supermercado, irresponsável e covarde. Providências jurídicas serão analisadas. 

"Foi uma covardia grande desse homem, de chegar nas redes sociais e dizer que o Carone está roubando o cliente. Ele é um professor universitário, esclarecido. Sabe até onde pode ir. A gente fica chateado com esse tipo de coisa. Passei tudo para o departamento jurídico. Está estudando o caso. Se for cabível, por que não?", disse.

Renato Santos afirmou que não fez o vídeo para prejudicar o supermercado, do qual é cliente. "Não quis sacanear o Carone. Quis alertar os consumidores. Era uma coisa que estava acontecendo e alguém precisava abrir o olho", contou à reportagem. 

FISCALIZAÇÃO

Procurado por A Gazeta, a diretora-presidente do Procon, Lana Lages, informou, por nota, que "a equipe de fiscalização vai apurar a denúncia". Também explicou que, conforme o Código de Defesa do Consumidor, cabe aos fornecedores responder pelos "vícios de quantidade" quando o conteúdo é mais leve do que o indicado no recipiente, salvo com relação às variações naturais.

William Carone acha positiva a fiscalização do órgão por acreditar que, a partir dela, será possível demonstrar que não houve qualquer fraude do supermercado. "Seria bom o Procon ir lá para a gente apurar e também ajudar a divulgar o que realmente aconteceu. Eles podem ajudar a identificar. Vão ter certeza que não foi de propósito", comentou.

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