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Praia Baby: após um mês, aulas em creche retornam nesta quinta-feira

Praia Baby: após um mês, aulas em creche retornam nesta quinta-feira

Creche de Vila Velha será reaberta após um surto de gastroenterite que provocou a morte de uma criança de dois anos

Publicado em 1 de maio de 2019 às 14:27

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Creche Praia Baby, que estava fechada após ser constatado no local um surto de gastroenterite. (Gazeta Online)

Depois de um mês de interdição, a creche particular Praia Baby, localizada na Praia da Costa, em Vila Velha — onde ocorreu um surto de gastroenterite — voltará a funcionar nesta quinta-feira (02), quando as aulas no local serão retomadas. Em comunicado enviado pela direção da escola, a promessa é de que as atividades serão realizadas "com ainda mais segurança e qualidade de ensino".

Nesta terça-feira (30), a creche foi liberada para o funcionamento, após o cumprimento de exigências das Vigilância Sanitária da prefeitura do município e do Governo do Estado. 

Por meio de nota, a prefeitura do município informou que o estabelecimento reúne as condições necessárias para retomar normalmente suas atividades educacionais. "Agradecemos a compreensão da sociedade capixaba, em especial dos pais de alunos e servidores da escola, em razão das medidas e providências adotadas conjuntamente pela Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha, Secretaria de Estado da Saúde e Ministério da Saúde, no estrito cumprimento do interesse público", finalizou a nota.

Após um mês, aulas em creche Praia Baby retornam nesta quinta-feira

Também por nota, a creche afirmou que "os requisitos apresentados pela Prefeitura de Vila Velha para reabertura da escola já eram, em sua grande maioria, realizados na rotina diária de trabalho e foram aprimorados pela instituição de ensino - que sempre foi apontada por técnicos da própria vigilância sanitária municipal como referência de espaço, técnicas de trabalho administrativas e pedagógicas". 

Veja nota completa da creche

"O Centro Educacional Infantil Praia Baby informa que no dia 02 de maio de 2019 (quinta-feira) funcionará normalmente. Os requisitos apresentados pela Prefeitura de Vila Velha para reabertura da escola já eram, em sua grande maioria, realizados na rotina diária de trabalho e foram aprimorados pela instituição de ensino - que sempre foi apontada por técnicos da própria vigilância sanitária municipal como referência de espaço, técnicas de trabalho administrativas e pedagógicas.

Reafirmamos que nosso trabalho é pautado pela seriedade, competência e zelo com a limpeza e a qualidade de ensino do nosso estabelecimento. Relembramos que foi a partir desses cuidados e de protocolos de excelência que a própria creche acionou as autoridades municipais no início desse processo para uma análise mais focada na saúde, e sempre estivemos à disposição dos órgãos interessados para prestar todos os esclarecimentos , tentando evitar julgamentos precipitados diante de análises inconclusivas do caso.

Aos pais e mães de alunos, comunicamos que voltamos às nossas atividades com ainda mais segurança e qualidade de ensino. Aproveitamos para agradecer o apoio e a confiança que recebemos durante todos esses difíceis dias. Essa corrente do bem é que nos permite recomeçar ainda mais fortes e motivados a oferecer o melhor ensino e um atendimento diferenciado a cada um. Muito obrigado!" 

AS EXIGÊNCIAS

No dia 11 deste mês, a Secretaria de Saúde de Vila Velha (Semsa) entregou aos proprietários da creche um documento contendo orientações de como desinfectar o local assim como outras condicionantes necessárias para que a unidade pudesse novamente abrir as portas.

As condições foram elaboradas pela Vigilância Sanitária da Semsa e contou com a contribuição técnica da Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e do Ministério da Saúde

Limpeza

A limpeza e desinfecção do local deveria ser feita por empresa especializada em reservatórios de água e tubulações. Depois da limpeza, os proprietários do local deviam ainda apresentar laudos de análise microbiológica da água com resultados satisfatórios, emitido por laboratório.

A análises deveriam ser feitas mensalmente pelos próximos seis meses na entrada e na saída dos reservatórios de água, na torneira de saída de todos os bebedouros, em uma das torneiras do setor de preparação de alimentos da cozinha e nas torneiras do berçário.

Complementarmente, ainda deveriam ser feitas análises em dois pontos aleatórios e a troca de filtros dos bebedouros e instalação de filtros na cozinha.

Uso do chafariz

Sobre o chafariz, chamado de "Water Play", a prefeitura afirmou que será necessário apresentar projeto para análise técnica da prefeitura. A creche não poderá mais utilizar água de recirculação no brinquedo. Somente água corrente.

Durante as investigações foi apontado que água do chafariz estava contaminada. Donos da unidade, porém, informaram que a análise poderia estar equivocada por o local foi utilizado como depósito de brinquedos durante o processo de higienização na unidade.

Cervejaria artesanal

A prefeitura exigiu ainda que seja retirado todo o equipamento da área onde funcionava a cervejaria, que ainda continha uma geladeira e um freezer. Durante as investigações do surto, foi identificado que nos fundos da unidade, separado por um portão de ferro, havia um espaço para produção de cerveja artesanal usado pelos donos da creche. Segundo eles, a produção era para consumo próprio. Em uma das torneiras também foi encontrar a bactéria E. Coli.

Caixa de amianto

No local foi encontrada uma caixa d'água de amianto que devia ser trocada por reservatório de outro material "que não represente riscos à saúde, garantindo que o descarte seja ambientalmente adequado", afirmou a nota. Desde 2017 é proibida a venda de produtos de amianto no país já que o material é reconhecidamente cancerígeno.

MORTE DE CRIANÇA 

A creche estava interditada desde o 29 março, após o surto que resultou na morte de um menino de dois anos de idade.  A criança estava internada em um hospital particular do município e teve morte cerebral declarada no dia 27 de março, dois dias antes da interdição. 

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Desde as primeiras notificações sobre o problema, pelo menos 22 pessoas apresentaram sintomas de infecção, como febre e diarreia.

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