Para Marvel Graças Bezerra Furtado, uma das novas diretoras eleitas para a Associação dos Moradores, Empresários e Investidores da Enseada do suá (Amei-ES) só há uma solução para o Cais das Artes: demolir. Fica mais barato para todos demolir aquele prédio do que reconstruir. São quase R$ 250 milhões para a obra, uma fortuna que poderia ser destinada a construção de um hospital. Sem contar as despesas futuras com a manutenção, pondera a diretora.
O assunto, segundo Marvel, já foi discutido na última reunião da associação e ela relata que contou com o apoio de muitos dos que estavam presentes. Lá relatei que já conversei com um engenheiro e tive a oportunidade, durante o encontro, de provar que o gasto para terminar a obra não compensa. Depois de tudo pronto, o Estado ainda terá que gastar muito dinheiro com a manutenção do prédio, reafirmou Marvel.
A diretora relata que a obra do complexo cultural foi feita no local sem que a comunidade fosse ouvida. A comunidade não foi ouvida, não foi feita uma audiência pública. Foi contratado o projeto e apresentado à população pelos jornais, não houve discussão com a comunidade, conta.
VISTA
Há ainda os problemas trazidos pela construção, aponta ela. Um ponto maravilhoso de avistamento da Baía de Vitória, de onde se pode observar, por exemplo, a passagem dos navios. Há ainda a vista do Convento da Penha e a Cruz do Papa, monumentos da cidade. Tudo isto desapareceu atrás daquele prédio, assinala.
Marvel relata que após o assunto ser discutido na Associação, ficou decidido que a diretoria irá agendar uma reunião com a equipe do novo governo para discutir o assunto. Vamos conversar com eles, mostrar que é mais viável implodir e valorizar o que temos de belo do que ter mais custo para terminar a obra e depois com a manutenção, relata, assinalando que gostaria de ouvir da nova equipe que vai comandar o Estado quais são os planos para o bairro e para o prédio do Cais das Artes.
Após a conversa, relata ela, a Associação irá decidir se irá encampar uma bandeira junto ao bairro e também junto a outros bairros no sentido de defender a demolição do prédio.
ESTACIONAMENTO
Quanto aos imóveis desapropriados para construir o estacionamento do centro cultural, Marvel relata que houve muita polêmica na época, e que muitos deixaram o local insatisfeitos com a situação. Os moradores que tinham casas foram obrigadas a sair e aceitar a indenização. Só um deles conseguiu lutar e se manter na região, conta.
Fica mais barato demolir do que reconstruir. São quase R$ 300 milhões, uma fortuna que poderia ser destinada a um hospital Marvel Graças Furtado Diretora da Amei-ES Vitor Jubini - 15/10/2018 Esqueleto de concreto do Cais das Artes está inacabado na Enseada do Suá
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