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Médicos ajudarão colegas para reduzir filas no SUS

Médicos ajudarão colegas para reduzir filas no SUS

Programa prevê que profissional da atenção básica acione especialista

Publicado em 31 de julho de 2019 às 00:54

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A dona de casa Maria da Glória Silva dos Santos, 59, marcou a consulta em outubro de 2018 e só conseguiu a vaga para mês que vem, agosto. (Ricardo Medeiros)

Para melhorar a atenção básica e evitar consultas com especialistas e exames desnecessários realizados através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Estado planeja implantar um programa de tutoria e consultoria de médico para médico. O objetivo é que haja diálogo entre os profissionais que trabalham em postos de saúde, em geral mais generalistas, com aqueles que têm formação específica.

O novo programa vai evitar a marcação de consultas e de exames desnecessários. Atualmente, até 39% dos pacientes capixabas faltam a consultas com especialistas e exames já confirmados (veja na página 4), de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Chamado de Regulação Formativa, o programa consiste em médicos especialistas que vão guiar, orientar e até ensinar aqueles que estão em contato mais direto com a população. “O médico da unidade básica poderá entrar em contato com o consultor por meio de chat ou mensagem e vai receber orientação sobre a conduta que deverá ter com o paciente”, explica o subsecretário de Estado da Saúde Para Assuntos de Regulação e Organização da Atenção à Saúde, Tadeu Marino.

Por exemplo: se um paciente chega ao posto de saúde com queixas de dor no estômago, o médico de saúde da família vai entrar em contato com um especialista na questão, que vai orientar a melhor forma de diagnosticar e tratar. Caso considere que é necessário que o paciente veja um especialista, só então a consulta é marcada. “Em países onde existe esse sistema, as filas desapareceram entre 60% e 70%”, explica.

ESPECIALISTA

Em alguns casos isso não será possível. Por exemplo, quando o diagnóstico depende de um procedimento feito em consultório pelo especialista, como é o caso da oftalmologia.

No entanto, há casos em que uma conversa com o médico que conhece profundamente um assunto específico pode fazer com que o paciente seja atendido mais rapidamente e tenha seu problema solucionado na porta de entrada do sistema, que é a atenção básica. “Com uma consultoria que virá de uma grade de especialistas, os médicos vão se sentir mais seguros para dar diagnóstico e fazer a indicação de tratamento”, diz o subsecretário.

Segundo Marino, os detalhes de como será o funcionamento do programa de tutoria e de como vai funcionar a plataforma on-line para troca de informações entre os profissionais serão anunciados pelo governo do Estado no início de agosto. O subsecretário também não adiantou se todos os municípios serão atendidos simultaneamente ou se será feito, em um primeiro momento, um teste em algumas localidades.

Ele afirma que a expectativa é que, a partir da implantação do programa, a Sesa reduza as filas para consultas em um período de até um ano. “Vamos diminuir a busca por consultas porque as questões serão resolvidas no na atenção básica”.

Outra medida citada com a promessa de acelerar o atendimento inicial, feito na atenção primária, é o aumento de profissionais nas unidades de saúde.

MAIS MÉDICOS 

Em julho deste ano, foi anunciada a chegada de quase dois mil novos profissionais de saúde. Eles vão integrar as equipes de saúde de 63 municípios do Estado, com um repasse federal de R$ 4,8 milhões mensais.

São agentes comunitários, médicos, enfermeiros e técnicos que vão ser contratados para ampliar a atenção primária, ou seja, a assistência oferecida nas unidades básicas e pelo Programa de Saúde da Família. Quando as equipes estiverem completas, o Espírito Santo pode chegar a 100% de cobertura, segundo Marino.

A expectativa é que, a partir da ampliação, os problemas de saúde sejam solucionados de maneira mais rápida e dentro do próprio município, reduzindo a sobrecarga das unidades de emergência. Além disso, a expectativa é que as demandas de média complexidade, como consultas com especialistas, sejam melhor orientadas para reduzir tempo de espera.

Os municípios têm um prazo de até quatro meses para implantar as equipes e garantir a verba federal que, segundo a Sesa, será mantida enquanto os profissionais estiverem credenciados no Ministério da Saúde.

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